Uma consulta entre os trabalhadores das três unidades industriais da empresa Wetzel – ferro, alumínio e eletrotécnica – vai decidir se os fumantes vão ou não dispor de um local específico para fumar nos locais de trabalho. A decisão é da juíza do trabalho substituta Ângela Maria Konrath, da 4ª Vara do Trabalho de Joinville, que escolheu a quarta-feira (29), Dia Nacional do Combate ao Tabagismo, para fazer o primeiro dos três debates antes do plebiscito, marcado para 13 de setembro. O encaminhamento foi dado após o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, na Fundição, na Siderurgia e na Indústria do Material Elétrico de Joinville propor ação trabalhista pedindo a implantação de um “fumódromo” no interior da empresa.
No processo contra a Wetzel, o Sindicato autor – através do presidente Genivaldo Marcos Ferreira - alega que a empresa proibiu o fumo no interior da indústria, provocando a reação de trabalhadores que se sentiram violados em seus direitos individuais.
Segundo Genivaldo, o Sindicato não se opõe ao programa, mas os trabalhadores fumantes querem garantir a definição de um local específico para fumar. “Hoje eles têm que sair do parque fabril, ficando expostos inclusive ao mau tempo”, protesta o dirigente.
Para a representante da empresa, Márcia Blank, o programa implantado segue os padrões definidos pelo Ministério da Saúde. “A idéia partiu da área de recursos humanos da empresa, a fim de melhorar as condições de saúde dos trabalhadores. Não foi feito nenhum levantamento sobre melhoria na produtividade ou diminuição de afastamentos”, garantiu Márcia.
A médica Maria Júlia Alves Coimbra Krein, testemunha indicada pelo autor, declarou no seu depoimento que o programa prevê que apenas quem oferece o tratamento pode eliminar os fumódromos. “O programa não tem por objetivo perseguir os fumantes, mas apoiar as pessoas que desejam deixar de fumar, tanto que a Wetzel disponibiliza medicamentos e assistência terapêutica”, esclareceu.
Depois dos depoimentos, a juíza Konrath, definiu a realização de uma inspeção judicial nas unidades industriais da Wetzel, para verificação dos locais em que os trabalhadores estão fumando. Determinou, ainda, que no Dia Nacional de Combate ao Tabagismo (quarta-feira, 29) fosse iniciado um processo de esclarecimento e consulta nas fábricas sobre a questão do fumódromo.
Em seguida, depois de um debate que inclua todos os trabalhadores das três unidades fabris, com acompanhamento de representante do Ministério da Saúde e do juízo, será feita uma votação para definir se a maioria concorda com a implantação do fumódromo.
Apesar da concordância da ré, o Sindicato protestou contra o encaminhamento, alegando que a maioria de não fumantes será consultada sobre um tema que não os atinge diretamente. “A reivindicação nos autos é da minoria que fuma e está sendo prejudicada por não haver fumódromo”, registrou.
Fonte: Ascom - 26.08.07 - atualizada em 31.08.07, às 16h10min