O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministro Carlos Alberto Reis de Paula, pretende incentivar a discussão, entre empregados e empregadores, na busca de consensos na relação capital-trabalho. O anúncio foi feito por Reis de Paula nesta terça (23), durante café da manhã com representantes de entidades patronais. Também participaram do encontro o vice-presidente da Corte, ministro Antônio José de Barros Levenhagen, o corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, e ministros do Tribunal.
Entre os representantes das entidades patronais, estavam os presidentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, e da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade, além de outros 12 dirigentes. Clésio Andrade considerou o encontro "excepcional", pela oportunidade de discussão de "temas importantes", como cotas para menores e para portadores de deficiência, terceirização de mão-de-obra e penhora online. O presidente da CNT considera que há "abusos" em relação à ferramenta eletrônica. "Às vezes, penhora-se 20 ou 30 vezes o valor da dívida", disse.
O presidente da CNI avaliou como "muito importante" a oportunidade de encontro entre os ministros e "as pessoas ligadas à atividade econômica". "Muitas das soluções para destravar os investimentos no país passam pelas relações de trabalho", disse Robson Braga de Andrade. "A legislação não pode ser entrave. Não queremos reduzir ganhos do trabalhador, pelo contrário", disse.
O presidente do TST revelou que há muita preocupação entre os dirigentes de entidades de empregadores em relação à terceirização. Segundo Reis de Paula, os representantes dos empregados – que também participaram de café da manhã no TST, há duas semanas – igualmente manifestaram preocupações em relação ao tema. "Precisamos encontrar pontos de convergência", avaliou o ministro, acrescentando que o Tribunal vai formar grupos para dar continuidade às discussões sobre o assunto. "Queremos conversar para nos conhecermos. Queremos encontrar consensos", disse.
Fonte: Tribunal Superior do Trabalho