A Justiça do Trabalho de SC deu posse nesta sexta-feira (28) aos juízes substitutos Marcelo Tandler Paes Cordeiro e Renata Albuquerque Palcoski. Eles atuavam no TRT da 14ª Região (RO/AC) e vêm para SC após participar do concurso nacional de remoção, realizado em 2017. Ambos vão atuar na jurisdição de Chapecó, que abrange 25 municípios do extremo oeste do estado.
Com a chegada dos novos magistrados, a JT-SC passa a contar com 106 juízes, que juntos atendem as 60 unidades de primeiro grau no estado — oito cargos estão vagos no momento, sendo dois de juiz titular e seis de substituto. Já no segundo grau, o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC) conta com 18 desembargadores, sua composição completa.
“Estamos muito felizes em receber dois magistrados que já trazem muita experiência dentro da Justiça do Trabalho, sobretudo neste momento delicado que o país enfrenta”, afirmou a presidente do TRT-SC, desembargadora Lourdes Leiria. A magistrada conduziu a cerimônia de posse realizada por videoconferência e transmitida ao público pelo canal do Regional no YouTube.
Em comum, os recém-chegados contam que a decisão de vir para Santa Catarina foi motivada pela vontade de estarem mais próximos da família e também pela qualidade de vida no estado. Tandler tem parentes no Paraná e metade da família de Palcoski está em SC. “Desde criança penso em morar aqui, é um chamado do coração, mesmo”.
Momento antes da cerimônia, os novos juízes também foram saudados pela presidente do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministra Maria Cristina Peduzzi. Ela aproveitou a abertura da 4ª sessão ordinária do colegiado para dar boas-vindas ao grupo de 17 juízes que ingressou em agosto no Judiciário trabalhista e também desejou boa sorte aos outros 15 magistrados que participaram de remoções entre os TRTs.
Conheça um pouco mais os novos magistrados da JT-SC:
Olhar humanizadoNatural de Curitiba (PR), Renata Albuquerque Palcoski atuou como advogada e professora antes de ingressar na magistratura, em 2013. Depois de alguns anos no interior de Rondônia, fixou-se na capital acreana, Rio Branco, onde trabalhou no Centro de Conciliação (Cejusc) local, experiência que marcou sua carreira.
“Ali descobri minha paixão pela mediação”, conta a magistrada, que também passou a estudar o Direito Sistêmico, abordagem que utiliza os princípios e técnicas da dinâmica conhecida como “constelação familiar” no ambiente judicial. A magistrada tornou-se uma entusiasta da proposta, que também passou a ser um de seus objetos de estudo.
“Essa abordagem humaniza o processo, ajuda as pessoas a se ouvirem, a entender o conflito que as levou até ali”, explica a magistrada, que relata resultados positivos na conciliação e nas audiências iniciais. “Quando as partes entendem bem o processo, elas também compreendem melhor a decisão do juiz, o que ajuda a pacificar a situação de conflito”, observa.
De estagiário a juiz
O paulistano Marcelo Tandler Paes Cordeiro descobriu cedo a vocação para o Direito, e aos 17 anos já cursava a graduação. Ainda estudante, estagiou em uma vara do Trabalho da capital paulista e tomou gosto pela área: fez especialização em Direito do Trabalho e atuou na área por 12 anos (também advogava na área de responsabilidade civil) até passar no concurso para juiz do TRT-14, em 2012.
Embora tenha ficado a maior parte do tempo sediado na capital Porto Velho (RO), Marcelo pôde conhecer quase todas as regiões dos dois estados durante o período em que exerceu a função de magistrado auxiliar da Corregedoria do Regional. Ele conta que a experiência o ajudou a compreender melhor o papel social do juiz.
“Aprendi que fazer justiça vai muito além da mera prolação de uma decisão, entendi que precisamos ouvir o jurisdicionado, compreender suas aflições e tentar, na medida do possível, entregar a decisão mais justa e adequada para o seu problema”, afirma. “Nosso desafio é mostrar que a Justiça do Trabalho é imparcial, justa e muito necessária.”
Texto: Fábio Borges / Imagens: Reprodução / Divulgação
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