Palestra de juíza do trabalho especialista em Direito Médico e da Saúde encerrou Semana de Combate ao Assédio do TRT-SC
O reconhecimento das condutas e situações gravosas para evitar que elas se perpetuem é condição essencial para o combate contra o assédio. Esta foi uma das premissas da palestra “Autoconhecimento e comunicação: as chaves para relacionamentos saudáveis e enfrentamento ao(s) assédio(s)”, ministrada pela juíza do trabalho Andrea Keust Bandeira de Melo (TRT-PE), nesta sexta-feira (9/5).
Realizado pela Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (Ejud-12), em parceria com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), a palestra finalizou em Santa Catarina a Semana Nacional de Combate ao Assédio e à Discriminação, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os comitês de prevenção e enfrentamento ao assédio moral, sexual e da discriminação de ambas as instituições foram apoiadores.
A abertura contou com a presença da desembargadora Teresa Regina Cotosky (TRT-SC), que preside o comitê no âmbito do Regional trabalhista; e da desembargadora Hildemar Meneguzzi de Carvalho (TJ-SC), da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID).
Particularidades culturais
Andrea Bandeira de Melo é titular da 8ª VT de Recife, graduada em Direito e com especialização em Direito Médico e da Saúde. Em sua exposição, trouxe aos participantes elementos para identificação de perfis e condutas passíveis de serem assédio, a influência dos diferentes tipos de personalidade sobre o trabalho em equipe e como a inteligência emocional pode auxiliar na gestão dos conflitos.
A magistrada ressaltou a necessidade de se diferenciar comportamentos incisivos do assédio moral ou psicológico, quando há de fato uma invasão da esfera pessoal do sujeito. Além disso, considerar particularidades culturais é importante para o exercício do cuidado com o outro, uma vez que em determinados países o toque físico, por exemplo, pode ser visto como invasivo mesmo que em um cumprimento habitual.
Só campanha não resolve
“Prevenir não é simplesmente criar cartilha, criar política, colocar isso no papel e deixar pra lá. Prevenir é trazer à roda de conversa justamente esses assuntos dolorosos que estamos trazendo hoje. E entender que esses conflitos existem por algum motivo: falta de empatia, de educação, de generosidade, ou até mesmo aquilo que a administração pública entende como políticas incorretas, mas não atua para mudá-las”, afirmou a magistrada.
Juntamente com a inteligência emocional, a comunicação autêntica e o estabelecimento de limites saudáveis foram apontados como ferramentas complementares que auxiliam na redução de conflitos interpessoais. A juíza também descreveu os tipos de distorção gerencial mais comuns no ambiente de trabalho - como a gestão por injúria, manipulação, fofoca, pressão ou discriminação - e os tipos de personalidade e suas qualidades positivas e negativas.
Aliar uma atitude mental voltada para o autoconhecimento com um pensamento adaptativo também foi uma estratégia citada pela convidada, assim como compreender a adaptação como um processo contínuo de “aprender, desaprender e reaprender”.
Texto: Camila Collato
Secretaria de Comunicação Social
Divisão de Redação, Criação e Assessoria de Imprensa
(48) 3216-4303 / 4320 - secom@trt12.jus.br