Sessão solene celebra 40 anos de instalação do TRT-SC

Cerimônia híbrida teve homenagem à desembargadora da primeira composição, exibição de vídeo e discursos emocionados

13/12/2021 17h53, atualizada em 13/12/2021 19h40
Adriano Ebenriter

Uma sessão especial ocorrida nesta segunda-feira (13) celebrou os 40 anos de instalação do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC), completados no último sábado (11). Sob o comando do presidente da instituição, desembargador José Ernesto Manzi, e com a participação presencial e a distância de autoridades, a cerimônia híbrida foi transmitida ao vivo pelo canal do Tribunal no YouTube.

No discurso de abertura, o presidente ressaltou as virtudes presentes durante as quatro décadas de história do TRT-SC. “Trabalho intenso, competente e incansável, sempre avante de seu tempo, sempre acima das expectativas cidadãs, construindo a partir do nada, ou renascendo em tempos de pandemia”, assinalou.

Ele também parabenizou todos os magistrados e servidores que passaram pela instituição, ressaltando que eles “deixaram suas sementes de exemplo e esperança, que continuam a vicejar sob a nossa responsabilidade temporal”.

O presidente concluiu projetando os próximos anos do TRT-SC.  “Orgulhosos do passado e confiantes no futuro, continuaremos a honrar as gloriosas tradições desta Corte, que, nos seus 40 anos, possui o vigor da juventude, com a prudência e a sabedoria que a maturidade sempre traz”.

Foto aberta da sala de sessões do Pleno, mostrando a mesa de honra do evento e convidados

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Emancipação

A solenidade começou com o secretário-geral judiciário, Roberto Carlos de Almeida, servidor desde 1995, contando um pouco da história da instituição. A criação de um Tribunal trabalhista próprio era uma reivindicação antiga no estado, que já possuía 14 unidades de primeiro grau para tratar de conflitos trabalhistas. A dificuldade é que todos os recursos tinham de ser enviados para o TRT da 9ª Região (Paraná), o que atrasava a tramitação dos processos. 

Tendo como seu primeiro presidente José Fernandes Rufino, juiz togado mais antigo do estado e principal responsável pela “emancipação” em relação à 9ª Região, o TRT-SC começou com 173 servidores, 12 juízes e oito desembargadores - seis togados e dois classistas temporários. Em sua primeira composição, o colegiado já contava com uma magistrada, a juíza Ione Ramos, algo incomum à época.

Saída a campo

Na sequência, foi exibido um vídeo com dois depoimentos: um da desembargadora Ligia Maria Teixeira Gouvêa, cuja carreira iniciou em 1979, ainda na 9ª Região, e outro do servidor Francisco de Assis Barbosa, concursado de 1986. 
A desembargadora foi a primeira diretora da Escola Judicial do TRT-SC, em 2005, e falou sobre o papel desses órgãos na formação dos magistrados. “Os juízes da minha geração aprendiam com a experiência, com a prática diária. Hoje, ainda bem, o magistrado que passa em um concurso tem esse laboratório, no qual pode aplicar os conhecimentos teóricos e se preparar para situações que venham a surgir durante uma audiência, um momento crítico de nosso trabalho”, analisou.

Barbosa, que desde sua posse é o responsável por fazer o primeiro contato com os recém-nomeados, lembrou que nos anos 80 e 90 “saía a campo” para tentar encontrar aqueles cujos endereços não eram localizados pelos Correios. “Uma vez um dos candidatos me disse que não tinha dinheiro para pagar a passagem e vir tomar posse. Disse a ele: ‘se conseguires pagar a ida, eu garanto tua volta’. E ele veio, tornando-se servidor do TRT-SC”. 

Homenagens

Na sequência, duas homenagens. A juíza substituta empossada mais recentemente no Tribunal, Laís Manica, entregou flores para a desembargadora aposentada Ione Ramos, da primeira composição. O mesmo gesto foi repetido pela servidora Renata Freitas, que nasceu na mesma semana de instalação do TRT-SC, à colega aposentada Marilde Mafra, secretária da Corregedoria por 12 anos e que representou todos os servidores da instituição. Ambas receberam uma placa pelos serviços prestados.

Servidora aposentada Marilde Mafra e servidora Renata Freitas posam para foto segurando uma orquídea rosa.
Representando todos os servidores do Tribunal, Marilde Mafra (aposentada) recebe orquídea de Renata Freitas, servidora nascida na mesma semana de instalação do TRT-SC

Depoimentos

A presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 12ª Região (Amatra 12), Patrícia Pereira de Sant'Anna, ressaltou que a principal característica do TRT-SC ao longo de seus 40 anos sempre foi o "acolhimento". Como exemplo, citou o fato de a instituição ter no quadro pessoas de todas as regiões do país. "Vivemos de acolhimentos, eficiência e excelência", ressaltou a magistrada, que também representou a Presidência da Anamatra no evento. 

Na sequência, em nome dos servidores, discursou a coordenadora executiva de finanças e patrimônio do Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal em Santa Catarina (Sintrajusc), Elça de Andrade Faria. De acordo com ela, falar dessas quatro décadas significa "falar dos trabalhadores e trabalhadoras que deixaram e deixam a marca de seu fazer em cada ação do Tribunal". "Como entidade representativa da categoria, esperamos continuar tendo administradores dispostos a nos ouvir e fazer valer as nossas reivindicações. Esperamos que os frutos do trabalho dos servidores tenham o merecido reconhecimento e continuem, nos anos que virão, a auxiliar na promoção da Justiça nestes tempos tão difíceis que estamos vivendo", concluiu.

O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT-SC), Marcelo Goss Neves, destacou que o fato de o TRT-SC integrar um ramo especializado da Justiça faz a diferença na vida dos trabalhadores. "Me orgulho de ser uma peça nesse processo, que é gigantesco, muito maior do que nós. Existe uma história que nos antecede e nos faz estar aqui", pontuou, referindo-se à ausência de direitos trabalhistas no início da era da industrialização. Neves concluiu com uma homenagem ao desembargador Umberto Grillo, que além de integrar a primeira composição do Tribunal, também foi seu professor de Direito do Trabalho.

O presidente da Comissão de Direito do Trabalho da OAB-SC, advogado Gustavo Villar Guimarães, enalteceu o vanguardismo do Regional catarinense. "Lembro do Provi, que foi uma experiência incrível, e logo na sequência fomos brindados para ser a primeira vara do Brasil a receber o Processo Judicial Eletrônica (PJe). Sempre fomos receptores de novas ideias e mudanças de paradigma", ressaltou.
 

 

 

Texto: Carlos Nogueira e Clayton Wosgrau / Fotos: Adriano Ebenriter
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