Para secretário-geral do CSJT, juiz Bráulio Gusmão, desafio não está em normatizar, mas em implementar uma cultura; evento de inovação encerra na sexta (30/6)
As normas são um pré-requisito para promover a inovação, porém, sozinhas, não são suficientes. A ideia foi defendida pelo auditor-chefe de Governança e Inovação do Tribunal de Contas da União (TCU), Wesley Vaz, e pelo secretário-geral do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, juiz Bráulio Gusmão, quarta-feira (28/6), durante o primeiro dia de atividades do Inova JT Summit 23.
Organizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC), o evento reúne até sexta-feira, no Ministério Público Estadual, representantes de laboratórios de inovação e áreas de gestão estratégica de 22 TRTs. O objetivo da jornada é alinhar os projetos de inovação de cada tribunal ao planejamento estratégico do Judiciário trabalhista, formando parcerias entre os órgãos para desenvolvê-los.
De acordo com os especialistas convidados para o debate “Desafios da Inovação na Justiça do Trabalho”, é preciso criar um ambiente propício para estimular a mudança e o movimento de inovação, levando em consideração a motivação humana e a cultura organizacional.
“O normativo não transforma a realidade, mas cria condições para que ela (a transformação) aconteça. A inovação é um processo, não acontece de um dia para o outro. É uma caminhada. O desafio não está em normatizar, mas em implementar uma cultura. Isso sim é desafiador”, ressaltou Gusmão.
Vaz acrescentou que o movimento de mudança é estimulado por incentivos, que podem ser institucionais, financeiros, pessoais ou de diversas naturezas. Ele frisou a importância de oferecer às pessoas motivos convincentes para elas abandonarem suas rotinas e assumirem riscos em busca de resultados inovadores. “A norma, por si só, não faz nada, nem elimina a necessidade de alguém fazer. Na prática, o que faz a inovação acontecer é o ambiente, o contexto e os incentivos”, concluiu o auditor.
Inovação além da tecnologia
Dentre os diversos tópicos debatidos, um deles foi sobre a possibilidade de inovar sem necessariamente depender de avanços tecnológicos. Gusmão deu um exemplo recente do próprio Poder Judiciário. Ele destacou que, na sua opinião, a maior inovação recente na Justiça brasileira é o "balcão virtual", que não exigiu grandes avanços tecnológicos, pois os tribunais já possuíam soluções de videoconferência.
“Qualquer cidadão, com um simples celular e acesso à internet, pode ser atendido nos 90 tribunais do país. A inovação não é apenas tecnologia, mas a tecnologia é um instrumento para inovação”, enfatizou o magistrado.
Já Wesley Vaz trouxe um case do TCU. “A criação do nosso laboratório de inovação, há dez anos, só foi bem-sucedida porque o enfoque foi a capacitação, não a tecnologia”, ressaltou. Ele complementou que, paralelamente, também foi feito um trabalho de convencimento com autoridades e servidores do órgão sobre a importância de se inovar.
Visão do CNJ
Antes da exposição de Bráulio Gusmão e Wesley Vaz, a juíza federal Rafaela Santos Martins da Rosa, colaboradora da Comissão Permanente dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2030 do CNJ, trouxe a visão do CNJ sobre o tema. Os debates foram mediados por Welington Samuel da Silva Monteiro, assessor-chefe de relacionamento de tecnologia e inovação do Tribunal Superior do Trabalho, responsável por abrir os trabalhos da tarde com a palestra "Laboratórios de inovação na Justiça do Trabalho: fazendo a jornada (se tornar) possível".
Assista às palestras e o debate da tarde do dia 28:
Veja o álbum de fotos do evento.
Texto: Carlos Nogueira
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