Desembargador Amarildo de Lima compôs painel no IncluTech, organizado pela Fiesc e que teve experiência no metaverso
O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC), desembargador Amarildo Carlos de Lima, foi um dos painelistas do IncluTech, evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), na tarde de quinta-feira (18/4), em Florianópolis.
Com o objetivo de promover a cultura da inclusão nos diversos espaços laborais da indústria, do setor público e da sociedade em geral, o evento contou com uma experiência no metaverso, três painéis, duas apresentações e uma palestra com a jornalista e repórter do Fantástico, da Rede Globo, Flávia Cintra. O convite para o TRT-SC participar da iniciativa foi feito ainda em março, durante uma visita institucional de representantes da Fiesc à Presidência da corte.
O painel “Inclusão e Trabalho” fechou a programação do dia e teve, além da presença do presidente do TRT-SC, contribuições do presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), desembargador Francisco José Rodrigues de Oliveira Neto; do procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 12ª Região (MPT-SC), Piero Menegazzi; da auditora fiscal do Trabalho e coordenadora da Semana Inclusiva Santa Catarina pelo Ministério do Trabalho e Emprego, Luciana Xavier Sans de Carvalho; e do presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conede-SC), Paulo Suldóvski. A mediação foi realizada pelo diretor institucional e jurídico da Fiesc, Carlos José Kurtz.
Kurtz destacou a participação do Judiciário no painel e o relevante papel deste Poder para a efetivação das políticas sociais de inclusão. Ao se dirigir ao desembargador Amarildo de Lima, ele destacou a vanguarda das decisões da corte e a parceria do tribunal nos eventos promovidos pela Federação.
Momento de virar a chave
Com a palavra, o desembargador considerou que o casamento entre a inclusão e a tecnologia oferece inúmeras oportunidades para o acolhimento das pessoas com deficiência (PCDs) no mundo do trabalho. “Crescemos todos em uma sociedade extremamente preconceituosa em relação às pessoas com deficiência. Então a questão da inclusão é também cultural, e isso é o que a torna mais difícil", refletiu. O presidente do TRT-SC considera que a sociedade está, mais do que nunca, no momento de "virar essa chave com o uso da tecnologia”.
Complementando a fala de Lima, Paulo Suldóvski afirmou que “não só somos todos preconceituosos, como também capacitistas em desconstrução”. O presidente do Conede ressaltou a importância do espaço do conselho para a efetivação do exercício da democracia e frisou a importância do Poder Judiciário para a garantia de direitos de todos os cidadãos.
Cumprimento da cota para PCDs chega a 75% em SC
Luciana de Carvalho (MTE-SC) declarou que “quando a gente cobra da empresa é porque nós temos certeza da possibilidade e certeza da potência da indústria catarinense”. A auditora fiscal do Trabalho comprovou sua fala ao trazer dados sobre o salto no número de contratações de PCDs no estado.
“Quando iniciamos esse trabalho de fiscalização do cumprimento das cotas, tínhamos um índice menor do que média nacional em SC, cerca de 13 mil PCDs empregados, algo próximo de 30%, apenas. Hoje são mais de 30 mil, ou seja, 75,5%”. De acordo com ela, hoje Santa Catarina é o 6º estado no país com o maior número de cotas para PCDs na indústria, sendo que 92% estão empregados em empresas com 100 ou mais empregados, efeito derivado das leis de inclusão.
Sem limites para os PCDs
“Este espaço é muito importante para que possamos dialogar, porque há sim dúvidas legítimas. É um exercício constante de empatia acerca das necessidades de cada um”. Com este chamado à cooperação, Piero Menegazzi (MPT-SC) deu o tom de sua exposição no painel, reconhecendo a existência de eventuais embates, mas também as inúmeras possibilidades de entendimento entre a indústria e os órgãos de fiscalização. “Temos verificados que não há limites aos PCDs em relação aos tipos de postos de trabalho. Com isso, não dizemos que tudo é um mar de rosas: mas jamais subestimamos as potencialidades das pessoas”, ponderou o procurador-chefe.
Concluindo as falas dos representantes das instituições públicas no painel, o presidente do TJ-SC ressaltou que antes de ser uma obrigação constitucional, a inclusão é uma preocupação humanitária. “O Poder Judiciário não tem a função de somente julgar conflitos. Mas é fato de que o Poder Judiciário, justamente por ter esse conhecimento profundo sobre os conflitos, possui as condições de ajudar nas políticas inclusivas, pois sabemos onde os problemas podem desaguar”, avaliou o desembargador Francisco Neto.
Experiências digitais
Para além da experiência presencial, o IncluTech proporcionou aos participantes uma oportunidade de interação no metaverso, por meio da utilização de um kit de realidade virtual composto por um óculos e controles.
Foram criados dois ambientes, a Arena IncluTech e a Arena Fiesc. No primeiro, o usuário pôde interagir com quatro tipos de experiências para compreender melhor as barreiras enfrentadas cotidianamente por pessoas com deficiência e, também, assistir à transmissão do evento. O segundo, consistiu em uma feira virtual com estandes das empresas parceiras.
Outra ferramenta apresentada na ocasião foi o Portal de Inclusão da Fiesc, que recebeu novas funcionalidades. O portal é um espaço gratuito de conexão entre empresas, pessoas e instituições, oferecendo serviços como oportunidades de trabalho para PCDs, além de cursos, serviços e informações sobre inclusão.
Texto: Camila Collato
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