Fruto de uma parceria com o Sintrajusc, iniciativa “Encontro Direito e Cinema” é aberta ao público
A Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (Ejud-12) realizou no dia 6 de setembro a segunda edição do Encontro Direito e Cinema, com a exibição do documentário Fio da Meada. A sessão ocorreu no auditório do TRT-SC, em Florianópolis, resultado de uma parceria com o Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal no Estado de Santa Catarina (Sintrajusc).
O coordenador pedagógico da Ejud-12, juiz do trabalho Alessandro da Silva, fez a saudação inicial aos participantes enfatizando a importância do uso da arte como ferramenta pedagógica, especialmente para a formação daqueles envolvidos no fazer cotidiano da Justiça. “Jurisdição é poder, mas jurisdição também é serviço público”, frisou o magistrado.
A mediação ficou sob responsabilidade do coordenador de formação sindical do Sintrajusc, servidor Adailton Pires Costa. Foi convidado como debatedor o defensor público Marcel Mangili Laurindo.
Comum para quem?
Fio da Meada, dirigido por Silvio Tendler (link externo), aborda questionamentos sobre a propriedade e o uso dos bens comuns da natureza. A partir de três eixos - o território, o alimento e o diálogo entre saberes tradicionais - o documentário traça uma série de percursos unindo vozes de intelectuais da academia e dos povos originários para tratar sobre a atual crise ecológica e o modelo econômico hegemônico.
Após a exibição, Marcel Laurindo iniciou o debate por meio de uma reflexão sobre a construção conceitual da propriedade privada e dos bens comuns. Para o defensor, muitas vezes esquecemos que as cidades são, também, um grande bem comum, uma vez que nela partilhamos o uso da água, os meios de mobilidade, energia, entre outros recursos.
Para Laurindo, a arquitetura e o planejamento urbano podem ser ferramentas utilizadas não só para o bem-estar humano, mas também para promover processos de exclusão, como é o caso da gentrificação (link externo), ou seja, mudanças na organização espacial das cidades. “Há instrumentos jurídicos previstos em lei que podem minimizar essas discrepâncias, mas que raramente são aplicados, como por exemplo a tributação extra sobre imóveis ociosos em áreas centrais das cidades”, exemplificou o defensor.
O projeto Encontro Direito e Cinema terá sua terceira edição no dia 4 de outubro, mas ainda não foi definida a obra que será exibida.
O cronograma de eventos da Ejud-12, inclusive com as atividades abertas ao público em geral, está disponível online.
Texto: Camila Collato
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