Escola Judicial exibe drama premiado “Conflito das Águas”

Atividade é aberta ao público em geral e acontece uma sexta-feira por mês, no auditório do TRT-SC

07/10/2024 16h05, atualizada em 07/10/2024 16h21
Camila Collato

O filme Conflito das Águas (Icíar Bollaín, 2011), uma ficção histórica situada na Bolívia, foi a escolha para o 3º Encontro de Direito e Cinema, iniciativa da Escola Judicial (Ejud-12) do TRT-SC em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal no Estado de Santa Catarina (Sintrajusc). A exibição ocorreu na sexta-feira (4/10), no auditório do tribunal, com transmissão para quem se inscreveu na atividade.

O evento foi aberto ao público geral, além de magistrados, magistradas, servidores, servidoras, terceirizados, terceirizadas e jovens aprendizes do TRT-SC e de tribunais do trabalho de outras regiões. A discussão foi mediada por Adailton Pires Costa, servidor do TRT-SC e coordenador do Sintrajusc.

Adailton reforçou a importância do espaço concedido pela Ejud-12 para a atividade, levando em consideração que este tipo de iniciativa “proporciona a formação para uma sensibilidade social que vai além da formação técnica”. Para o servidor, a compreensão dos tensionamentos sociais leva a um melhor entendimento das próprias ações judiciais que são acolhidas pela justiça trabalhista.

O convidado da noite foi o professor de história da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e pós-doutor em história da arte na Universidade Autônoma de Madri, Rafael Hagemeyer. O pesquisador introduziu sua fala com um panorama histórico sobre a Bolívia, em especial, sobre as lutas dos povos originários por direitos.

Sobre os temas abordados pela película, Hagemayer afirmou que “um filme documenta sempre a época em que é produzido”, e exemplificou como outras produções foram impactadas por fatores políticos e sociais, como foi o caso do roteiro de Eles não usam black tie (link externo), de Leon Hirszman; Fitzcarraldo (link externo), de Werner Herzog; e A missão (link externo), de Roland Joffé.

No caso de Conflito das Águas, a obra acompanha uma equipe de cinegrafistas que viaja a Cochabamba, na Bolívia, para fazer um filme a respeito da conquista espanhola. Porém, ao chegarem lá, acabam envolvidos em uma revolta popular por causa da privatização no abastecimento de água na região. Baseado em fatos reais, a chamada “Guerra da Água” se desenrolou entre janeiro e abril do ano 2000, mobilizando grande parcela da população local.

 

Texto: Camila Collato e Gabriel Elias (estagiário)
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