Roberto Basilone Leite é o novo desembargador do TRT-SC

11/12/2014 19h39
Desembargador Roberto Basilone Leite lendo termo de posse
Magistrado, que era titular da 2ª Vara do Trabalho de Florianópolis, foi promovido pelo critério de merecimento


Em cerimônia concorrida na sala de sessões do Tribunal Pleno, com transmissão on line para convidados que acompanharam no auditório, tomou posse nesta quinta-feira (11) o mais novo desembargador do TRT-SC. Magistrado de carreira, Roberto Basilone Leite foi promovido pelo critério de merecimento e era o titular da 2ª Vara do Trabalho de Florianópolis.

Para homenagear o desembargador, amante da música e compositor, seus filhos Rafael e Bárbara, acompanhados pelo maestro Zezinho e pelo servidor Nílvio, interpretaram Coração Civil, de Milton Nascimento.

O desembargador José Ernesto Manzi saudou o empossado em nome da Corte, destacando as qualidades humanas e profissionais do empossado. “Não é apenas um jurista e um filósofo, é, pois, pelas causas que advoga, um republicano, um democrata e, principalmente, um humanista”, descreveu. Manzi lembrou sua produção jurídico-literária - 11 livros e quase 60 artigos publicados - e artística, com cerca de 300 composições, e mencionou que o desembargador Basilone não se contenta com a derme, indo às causas primeiras, lançando um olhar holístico e humano sobre as questões que lhe são submetidas. “Tem e terá uma visão do direito que supera o positivismo legalista e pouco profícuo no encontro de soluções equânimes para os conflitos apresentados numa sociedade cada vez mais complexa, litigiosa e ciente de seus direitos”, acrescentou.
 

Pais do desembargador Roberto Basilone Leite
Em primeiro plano, os pais do desembargador. À direita na foto, de preto, a esposa Beatriz


A procuradora-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho (MPT-SC), Angela Cristina Santos Pincelli, cumprimentou o empossado e disse ser uma honra participar do momento, que representa uma renovação da Corte. “O desafio é grande, mas o Ministério Público confia na sua competência”, frisou. De improviso, lembrou o dia que leu pela primeira vez o nome do desembargador, assinando sentença em uma ação civil pública. “Foi uma decisão emblemática para mim pela profundidade do julgamento”, assinalou a procuradora.

Em nome da OAB-SC, saudou e parabenizou o magistrado a advogada Maria Lúcia de Liz, presidente da Comissão de Direito do Trabalho da entidade. Ela elogiou o desembargador Basilone dizendo que ele sempre enfrentou com firmeza os desafios e merece o cargo no qual foi investido. Também aproveitou para reiterar a expectativa de que as duas instituições mantenham o diálogo, já que ambas têm papel fundamental na democracia.
 

Desembargador Basilone discursando
O empossado frisou que é preciso estabelecer uma nova meta para os juízes: a Meta de Felicidade

 

Discurso

Último a falar, o empossado agradeceu a cada um dos que o ajudaram e acompanharam durante a vida. “Esta promoção que meu Tribunal me concede hoje é o resultado da soma de muitas ações e decisões tomadas ao longo desses 51 anos de vida”, sublinhou. Basilone expressou, com humildade, o misto de sentimentos que lhe ocorreram ao ter o nome escolhido para a lista tríplice submetida à Presidência da República. Para ele, o reconhecimento demonstra uma opinião que realiza, envaidece e emociona.

Sobre o Poder Judiciário, o empossado salientou sua função na sociedade democrática: garantir a efetividade do direito do cidadão e exercer sua função pedagógica de punir os atos de desrespeito aos direitos para eliminar a certeza da impunidade.

Em breve análise sobre o número “estonteante” de conflitos judiciais, observou um paradoxo: o país registra uma demora processual incompatível com as exigências atuais, enquanto o magistrado brasileiro é um dos mais produtivos e mais qualificados do mundo.

Para o desembargador Basilone, se o objetivo final da justiça é a felicidade, como ensina Aristóteles, é preciso estabelecer uma nova meta para os juízes: a Meta de Felicidade, de ser feliz com o trabalho que se realiza. Ele defendeu que felicidade pressupõe efetividade e não produtividade. Assim, as metas devem ser substituídas. “O ideal não é que o Judiciário seja produtivo; profira milhares de sentenças idênticas. O ideal é que o Judiciário seja efetivo; que ele profira uma sentença que passe a ser respeitada e cumprida não apenas pela parte à qual se dirigiu, mas pelos demais membros da comunidade”, concluiu.

Com a posse, o Tribunal fica composto de 17 membros – ainda restando o preenchimento da vaga decorrente da aposentadoria da desembargadora Lourdes Dreyer. O juiz Roberto Luiz Guglielmetto, da 1ª VT de Itajaí, já teve o seu nome aprovado pelo critério de antiguidade, dependendo apenas da aprovação pela presidente Dilma Roussef.

Currículo

Natural de Sorocaba (SP), Basilone Leite foi advogado e servidor do Judiciário Trabalhista em Mafra (SC), antes de ser aprovado em três concursos para juiz do trabalho substituto — em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Casado, pai de dois filhos, é doutor em Direito e ocupa o cargo de vice-diretor da Escola Judicial do TRT catarinense, tendo 11 livros publicados.

Posicionamentos

Em entrevista para a Assessoria de Comunicação (Ascom) do TRT-SC, o desembargador expôs sua opinião a respeito de alguns temas importantes para a Justiça do Trabalho, como o volume de ações, o incentivo à conciliação, a questão da uniformização da jurisprudência, terceirização e greve.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação Social - TRT-SC
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