A conciliação como caminho para reabilitação

07/05/2012 18h05
Juliana França
Juliana ficou satisfeita com conciliação


A aprovação em provas objetivas tinha sido a primeira etapa rumo ao emprego estável com que Juliana França sempre sonhou. Para assegurar o posto de assistente técnico, só faltava a aprovação definitiva em treinamento específico realizado pela Eletrobrás, em Alagoas, durante a fase pré-contratual. O que não estava nos planos era uma queda de uma altura de cinco metros durante a capacitação.

O acidente ocorreu em 13 de março de 2008. Juliana sofreu ferimentos graves. O tornozelo foi a região mais afetada e, durante as várias cirurgias, foram colocados pinos, placas e parafusos. Os movimentos ficaram comprometidos. "Foi um período bastante lento de recuperação, que durou mais de um ano. Somente após ter me submetido a várias cirurgias, reaprendi a andar. Passei por uma dificuldade muito grande", lembra.

O apoio da família foi fundamental. "Por ter ficado cerca de sete meses sem sair de casa, precisava de auxílio em tudo, até mesmo nas simples tarefas diárias, e precisei tomar muitas medicações diferentes. Permaneci todos esses meses em casa por causa dos fixadores na perna", conta a jovem. Após várias sessões de fisioterapia, Juliana foi à luta por seus direitos.

Em 2009, ela ajuizou ação no Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (Alagoas) e teve um final feliz. As partes chegaram a um acordo, firmado no dia 7 de julho de 2011, pelo qual a empresa se comprometeu a pagar R$ 100 mil de indenização a título de danos morais, e a readaptá-la em função compatível com as condições de saúde e limitações físicas sofridas em decorrência do acidente. Juliana também recebeu cursos de capacitação para assumir a função determinada pela companhia.

A Eletrobrás/AL também concordou em pagar despesas com medicamentos e tratamento, que não foram cobertas pelo plano de saúde da trabalhadora. Além disso, obteve reconhecimento de estabilidade na empresa, somente podendo ser demitida, a pedido, ou pelo cometimento de falta grave, devidamente apurada por inquérito administrativo.

Juliana afirma ter ficada bastante satisfeita com a conciliação, pois já estava perdendo a esperança. "A meu ver, tanto o TRT quanto a empresa cumpriram sua função social, a respeito de assegurar a dignidade e a cidadania do trabalhador, bem como a inserção e a integração no ambiente de trabalho", considera.

Dois meses após o acordo, ela tomou posse na empresa. A presidente do TRT alagoano, desembargadora Vanda Lustosa, esteve presente e salientou a importância do ingresso da funcionária: "Precisamos quebrar o estereótipo de que pessoas vítimas de acidente não estão mais aptas ao serviço. Pelo contrário, esses profissionais demonstram mais força de vontade de trabalhar e superar as dificuldades".

Atualmente, Juliana está lotada na Assessoria Jurídica da companhia. "É muito bom comprovar que houve o cumprimento da Justiça – apesar da grande demanda de processos, onde muitas pessoas passam vários anos esperando uma solução para o seu problema – e até chegam a perder a esperança de resolver o caso. Estou muito contente porque pude comprovar a importância da conciliação em nosso país".

Além do reconhecimento da Justiça, Juliana também conquistou o reconhecimento dos colegas de trabalho. Para o chefe dela, Bruno Wanderley de Santa Rita, é muito importante a reabilitação ao ambiente de trabalho de pessoas que sofreram esse tipo de acidente, para que possam ter melhorias, tanto na vida pessoal quanto profissional. "A Juliana é uma pessoa proativa, dedicada e comprometida. Seu trabalho é muito bem feito e tem rendido ótimos resultados. Além de ser uma excelente profissional, é também uma pessoa querida por todos os colegas e está atendendo às expectativas que tínhamos quando veio trabalhar conosco", finaliza.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do TRT-AL

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