O desembargador Gilmar Cavalieri, presidente do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina (TRT-SC), mediou na segunda-feira (28) uma tentativa de acordo entre a Busscar S.A. e os procuradores dos cerca de 1,5 mil trabalhadores que têm ações judiciais contra a empresa. O advogado Euclides Ribeiro Junior, que representa o Grupo Busscar, pediu que fosse feito um cálculo estimado do total da dívida, para que possa ser apresentada uma proposta. As partes agendaram um novo encontro para o dia 6 de dezembro, na 4ª Vara do Trabalho de Joinville, que será intermediado pelo juiz Nivaldo Stankiewicz.
A Busscar iniciou suas atividades há 65 anos. O grupo é composto por sete unidades diferentes espalhadas pelo país e suas exportações já chegaram a abranger os cinco continentes. Mas, hoje, todas as empresas estão em recuperação judicial. De uma média de cinco mil ônibus fabricados por mês, em 2008, a empresa agora luta para recomeçar o trabalho com contratos de 200 automóveis. A transição por uma crise econômico-financeira justificou o pedido feito na 5ª Vara Cível da Comarca de Joinville, e que foi deferido no final do mês de outubro.
Agora foi contratada uma empresa para traçar um plano de recuperação, que deve ser apresentado até o dia 31 de dezembro. Segundo o procurador Euclides, é preciso apurar o passivo trabalhista, com bancos e com fornecedores, para que o grupo possa fazer uma proposta com suas condições de ativo. A Justiça Estadual nomeou administradores judiciais que vão fiscalizar e orientar todas as negociações.
Na audiência do TRT-SC, Euclides pediu que os advogados dos trabalhadores apresentassem um cálculo, o mais próximo possível da realidade, do valor devido, com cada verba discriminada - salários atrasados, FGTS e multa, férias, entre outras. Para ele, um acordo que envolva todos os autores de ações pode levantar e recuperar o grupo. Mas João Brüggmann, presidente do Sindicato dos Mecânicos de Joinville, alertou que a empresa não cumpriu os acordos já firmados na Justiça do Trabalho e faz a mesma proposta pela quinta vez. "Queremos saber quem vai assumir as dívidas e se a oferta é séria", falou.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do TRT/SC
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