Quando o assunto é inovação, desenvolver habilidades humanas para lidar com a tecnologia é mais urgente do que aprimorá-la. Essa foi a principal mensagem passada pelos especialistas que participaram do painel “Direito, Tecnologia e Inovação”, promovido pelo Programa Inova TRT-SC e que encerrou o ciclo de debates prévios ao Hackathon, maratona tecnológica que a Justiça do Trabalho vai promover de 13 a 15 de setembro, no Sebrae, em Florianópolis. O evento foi realizado na sexta (30), no Laboratório de Inovação do Tribunal (LabInova12), e a gravação está disponível no Youtube.
Falaram sobre o assunto o presidente da Comissão de Inovação da OAB-SC, Pedro Pirajá, e o doutor em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e analista judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-MG), Rômulo Valentini.
Valentini ressaltou que o investimento em capacitação, tantos dos usuários internos da Justiça do Trabalho (servidores e juízes), quanto dos externos (advogados e jurisdicionados), não deve ser apenas para o uso de ferramentas específicas, mas sim para o entendimento geral da lógica por trás dos sistemas.
“Quanto mais a gente conseguir preparar os usuários para que eles se integrem e consigam trabalhar de forma natural com a máquina, maior será o salto. Assim pode vir a tecnologia de hoje, a de daqui a cinco, dez ou quinze anos e estaremos prontos para o desafio”, ressaltou.
Pesquisador da UFMG na área de Direito Eletrônico, o servidor acredita que para isso acontecer é preciso quebrar a dificuldade de aceitação comumente associada a novas tecnologias. “Às vezes é simplesmente um estranhamento, uma barreira que a pessoa mesmo criou por não saber utilizar, por ter aprendido a construir o avião em pleno voo”, frisou.
Pedro Pirajá acrescentou que essa necessidade de desenvolvimento impacta não só na advocacia, mas em todas as atividades. De acordo com ele, é o momento de refletirmos sobre quais competências devem ser estimuladas profissionalmente. “Considero que as três mais importantes são empatia, pensamento crítico e colaboração. Sem essas três grandes vertentes da habilidade humana, nós não vamos conseguir evoluir”, avaliou o advogado, coordenador jurídico do Sebrae-SC.
“O que nós seres humanos temos que fazer é trabalhar em conjunto com a máquina, entender que não precisaremos mais executar aquilo que é mecânico”, afirmou Pirajá, acrescentando que as profissões do futuro exigirão mais da parte emocional e do poder de criação humanos.
Pirajá ainda falou sobre o fenômeno das legaltechs no país, empresas voltadas ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para o mundo jurídico. “Percebemos uma mudança na forma de trabalhar o Direito, em especial o contencioso. Não que eu ache que ele vai acabar. O que eu entendo é que muitas ações, principalmente aquelas em massa, tendem a reduzir, pois as tecnologias vão melhorar as maneiras de mediação, de arbitragem. Já é uma realidade nossa”, analisou.
Hackathon
A presidente do TRT-SC, desembargadora Mari Eleda, encerrou o evento parabenizando os painelistas pelo conhecimento compartilhado. “Os doutores Pedro Pirajá e Rômulo Valentini, com o brilhante debate, fizeram o aquecimento para o nosso Hackathon Inova TRT-SC. Estamos agora mais do que preparados para os dias 13, 14 e 15 de setembro”, destacou.
Texto: Carlos Nogueira / Fotos: Adriano Ebenriter
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