Condenações trabalhistas revelam indícios sobre negociações ilegais de táxis em Florianópolis

07/06/2013 16h17

Cerca de 200 motoristas trabalhariam atualmente para o “esquema 138”, onde uma única pessoa é apontada por controlar mais de 70 concessões de táxis por meio de arrendamento em Florianópolis. As informações estão em uma sentença do Tribunal Regional do Trabalho e foi anexada nesta quinta-feira (6) ao processo da CPI dos Táxis, movido pela Câmara de Florianópolis para investigar o comércio ilegal de licenças para prestação desta modalidade de transporte na cidade. um dos vereadores que compõe a CPI diz ter sido ameaçado.

A sentença se soma às mais de mil páginas de documentos que o relator da CPI, vereador Tiago Silva (PDT), vem recolhendo desde o início da comissão. “Essas provas serão fundamentais para esta CPI. Nas próximas semanas apresentarei um relatório parcial da investigação”, declarou Tiago.

Na decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), Isaías Gomes dos Santos, principal investigado na CPI, é condenado a pagar R$ 22 mil a um ex-funcionário. Nos depoimentos, tanto do ex-funcionário como de testemunhas, está mais uma prova da existência do esquema: “Acrescenta que o réu é um verdadeiro empresário no ramo de transporte de passageiros, por ser proprietário de 55 táxis, alguns em seu nome e outros em nome de pessoas de sua família”, diz um trecho da sentença. A existência do esquema também foi atestada pelas testemunhas no mesmo processo, que dizem nunca ter tido contato com os verdadeiros permissionários e que o acerto de contas de todos os táxis eram feitos na Oficina 1.0, onde está situado o escritório de Isaías.

Tiago Silva também disse que a comissão vai investigar outras pessoas que praticam o mesmo ato ilícito —têm a licença para táxis e arrendam para terceiros. Segundo informações, estes outros arrendatários controlariam um número bem menor de táxis.

Leia na reprodução abaixo trecho da sentença onde ex-funcionário diz que Isaías possui mais de 55 táxis

sentença


Vereador é ameaçado

O Notícias do Dia acompanha as denúncias envolvendo ilegalidades no serviço de táxi de Florianópolis desde 2011. Documentos e testemunhos indicam que o esquema teria existe há cerca de 10 anos e teria se fortalecido entre 2005 e 2007, quando os cabeças do esquema conseguiram transferir para seus nomes permissões de táxis. Na época, as transferências foram assinadas pelo secretário de Transportes Noberto Stroisch Filho, que também deverá ser ouvido na comissão.

A Câmara solicitou o nome dos ex-secretários de Transporte para intimá-los na CPI, mas até ontem não havia confirmação de quais serão os primeiros a serem ouvidos. Isaías Gomes dos Santos será ouvido na segunda etapa da CPI.

Um dos vereadores que investiga o caso disse aos demais vereadores que recebeu ameaças por estar conduzindo a investigação. O nome do vereador não será revelado para não prejudicar as investigações.

 

Fonte: A Notícia
 

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