Celebração do Dia da Consciência Negra terá palestras e atividades culturais no TRT-SC

Escola Olodum Sul e exposição da artista plástica Carla Quadros integram programação de evento alusivo à data

14/11/2024 12h30, atualizada em 22/11/2024 13h34

O Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC), por meio do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade e em parceria com a Escola Judicial, planejou uma série de atividades nesta sexta-feira (22/11) para marcar o Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, feriado nacional. As atividades vão acontecer das 13h30 às 17h30min, na sede da instituição, em Florianópolis. 

O evento tem o objetivo de debater questões de identidade, racismo, desigualdade social, inclusão e equidade racial. As atividades serão presenciais para servidores e magistrados do tribunal, com transmissão aberta ao vivo pelo canal do YouTube da instituição para o público em geral.

Serão realizadas duas palestras e uma oficina, com foco nos seguintes temas: papel do Judiciário na promoção da igualdade racial, a importância da inclusão de pessoas negras em cargos de liderança e estratégias antirracistas.

São palestrantes convidadas a presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil - Santa Catarina (OAB-SC), advogada Márcia Lamego; a advogada e escritora Michelle Koguta; e a psicóloga e consultora de diversidade racial e gênero, Deborah Medeiros.


Olodum


Além das palestras, haverá apresentações culturais de poesia, capoeira de Angola e percussão da Escola Olodum Sul. Com base no bairro Jardim Atlântico, em Florianópolis, a unidade é a única representante do Olodum, no país, fora de Salvador-BA.

Inaugurada em 2022, a escola atende atualmente mais de 100 crianças, jovens e adolescentes entre 6 e 17 anos, no contraturno escolar, oriundas de comunidades de baixa renda e vulnerabilidade social econômica. Ao todo, são 17 projetos em andamento na organização, que também atende adultos nas áreas de educação, por meio dos Centros de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), e artes (dança, música e artes marciais).

De acordo com o diretor da entidade, Marcos Canetta (foto), estar em um evento desta natureza no TRT-SC proporciona “a efetiva comunhão entre espaços de produção humana que vivem em realidades distintas e tão distantes”. Para ele, este tipo de atividade aproxima, gera empatia e construção de saberes entre os diversos envolvidos.

Marcos também acredita que a Justiça do Trabalho pode contribuir ativamente na luta antirracista ao fazer cumprir a legislação federal relativa ao tema, para que haja a presença de pessoas negras e indígenas nos espaços de poder. “Não há como ser antirracista se quando você olha para todos os lados, você só vê os seus iguais. A diversidade é necessária para que haja uma melhor percepção das coisas”, pontua o ativista.


Exposição destaca ícones da música


 A imagem mostra uma mulher sentada ao lado de uma pintura em um cavalete. Ela sorri para a câmera, tem cabelo cacheado e longo, e veste uma blusa preta e uma saia estampada colorida. Seu braço e ombro exibem tatuagens. Uma exposição com telas da artista plástica Carla Quadros (foto) também está aberta para visitação no prédio-sede do TRT-SC, até 26 de novembro. A mostra “Raízes da Música Brasileira” reúne retratos em tela de artistas negros consagrados do samba e da MPB.

Carla é artista visual autodidata e possui graduação e pós-graduação na área de Educação Física. Natural de Florianópolis e filha de sambistas, suas telas já chegaram às mãos de artistas como Chico César, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Nei Lopes, Moacyr Luz e Toninho Geraes.

A pintora foi premiada em julho deste ano em edital da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) referente à aquisição de obras sobre Antonieta de Barros, primeira mulher negra a assumir um mandato popular no país. O quadro “A professora Antonieta” agora integra a galeria do acervo do legislativo catarinense.

Para Carla, finalizar o ano expondo no TRT-SC é uma grande realização, especialmente em celebração ao Dia da Consciência Negra. “Ainda temos muitos problemas estruturais em nossa sociedade, muitos deles interligados com o racismo. Ver imagens de pessoas negras evidenciadas e traduzidas através da minha arte me orgulha muito”, declara a artista. 
 

Texto: Camila Collato
Secretaria de Comunicação Social  
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