Motoristas e cobradores aceitam a proposta dos patrões e da prefeitura
Após 22 dias de negociações e a aprovação de greve pela categoria na segunda-feira (16), os motoristas e cobradores de ônibus da Grande Florianópolis decidiram, na noite de quarta-feira (18), não parar e aceitar a proposta apresentada pela prefeitura e pelos sindicatos patronais.
Eles receberão reajuste salarial de 8% (5,9% referente à inflação dos últimos 12 meses e 2,1% de ganhos reais) e aumento de R$ 25 no vale-alimentação, que hoje é de R$ 250. Os valores são retroativos ao dia 1º de maio.
A decisão foi tomada em assembléia realizada no Centro Cultural da Catedral Metropolitana. Cerca de 600 trabalhadores estiveram presentes, e a grande maioria ergueu a mão pela aceitação da proposta. Eles reivindicavam reajuste de 10% no salário e acréscimo de R$ 30 no vale-alimentação. Além disso, pediam a equiparação do vale do pessoal que trabalha na garagem, atualmente de R$ 180, com o dos motoristas, que percebem R$ 250. No entanto, ficaram satisfeitos com o aumento para R$ 235.
"Pode não ser a proposta ideal, mas é boa. Conquistamos o maior aumento real dos últimos seis anos", disse o assessor do sindicato dos trabalhadores Ricardo Freitas.
A categoria também exigia mudanças que melhorem a situação do trânsito na Capital e, conseqüentemente, de trabalho. Entre as sugestões deles está a criação de um corredor exclusivo para ônibus nos horários de pico. Uma comissão será formada no prazo de 15 dias para estudar essa possibilidade. O sindicato dos trabalhadores deve apresentar seus representantes ainda hoje. Órgãos como o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis, a Secretaria de Transportes e Terminais e também representantes da população devem fazer parte do grupo.
A assembléia, que estava marcada para as 20h, começou com 25 minutos de atraso e se estendeu até as 22h50min. Meia hora antes do fim, no entanto, ao perceberem que a proposta dos patrões seria aceita, muitos trabalhadores que queriam a greve abandonaram a sessão. Os dirigentes do sindicato da categoria já haviam saído satisfeitos da reunião com o prefeito Dário Berger (PMDB), realizada no fim da tarde de ontem.
Decisão do TRT/SC foi preventiva
Como forma de minimizar o impacto provocado por uma possível greve, que acabou não se concretizando, o TRT/SC havia determinado, na terça-feira (17), que as empresas e os trabalhadores do transporte coletivo da Grande Florianópolis mantivessem 70% da frota funcionando nos horários de pico (5h30min às 9h e 17h30 às 20h30min) e 30% nos demais horários por cada linha de ônibus. A ordem judicial foi expedida pelo presidente do TRT/SC, Marcus Pina Mugnaini, a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT).
As intimações foram entregues aos representantes do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano da Grande Florianópolis (Setuf), Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros no Estado de Santa Catarina Florianópolis (Setpesc) e Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Urbanos de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb).
Fonte: Diário Catarinense, com informações acrescentadas pela Ascom TRT/SC
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