Perícias híbridas rompem distâncias e acompanham nova forma de atuação da Justiça do Trabalho

Utilizada na aferição de insalubridade e periculosidade, modalidade mescla análise in loco do ambiente de trabalho e entrevista à distância com o autor da ação

03/08/2021 13h28, atualizada em 04/08/2021 16h58

Uma solução inusitada e experimentada com êxito. Foi assim que o perito Diego Otavio Paes, que atua em ações trabalhistas das jurisdições de Tubarão e Imbituba, definiu uma prática adotada por ele e que vem sendo utilizada cada vez mais por seus colegas: a perícia híbrida. 

Nessa situação, o perito vai até a empresa verificar alguma condição de trabalho denunciada no processo, mas precisa, por algum motivo, realizar a entrevista com o autor da ação por meio telepresencial - no caso da perícia de Paes, o trabalhador residia em outro estado e foi feita uma videochamada.
 
Ele conta que decidiu fazer uma foto (a que ilustra a matéria) apenas para registrar a participação a distância do autor na perícia, vinculada a um processo da 2ª Vara do Trabalho de Tubarão. Ao redigir o laudo, porém, a situação lhe chamou a atenção. 

“De certa forma, ela expressa umas das características que vejo na Justiça do Trabalho. Acompanho as reportagens no portal do Tribunal e muitas vezes percebo as inovações que são implantadas para melhorar a Justiça”, analisa. 

Engenheiro químico e de segurança do trabalho, Paes atua como perito trabalhista desde 2011.”Embora não seja servidor da Justiça do Trabalho, sinto-me parte dela. Um dos motivos é pela forma respeitosa, atenciosa e prestativa com que sempre fui tratado por servidores e juízes”, elogia.
 
Além da pandemia
 
O gestor estratégico e de metas do TRT-SC, juiz Roberto Masami Nakajo, diz que a perícia híbrida foi uma solução encontrada pelos peritos para manter, durante a pandemia, o fluxo dos processos que dependem da análise pericial. 
 
“Como parte do sistema de Justiça, os peritos também precisaram se adaptar a esse novo modelo de trabalho, que ignora a barreira da distância. E hoje, isso vai além das dificuldades trazidas pela pandemia, tem a ver como uma nova forma de atuação da Justiça, a exemplo das audiências telepresenciais”, analisa Nakajo.

 

Texto: Clayton Wosgrau e Luana Cadorin / Foto: Diego Paes (divulgação)
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