Palestra do professor Gustavo Borges aconteceu nesta terça-feira (13/9) no Encontro Inova TRT-SC
O Judiciário precisa fazer frente à nova maneira com que as pessoas se relacionam com a internet. É o que defende o professor Gustavo Borges, pós-doutor em Direito e participante do Programa de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), um dos palestrantes desta terça-feira (13/9) no Encontro Inova TRT-SC - Judiciário.
O professor iniciou a palestra com uma retrospectiva do uso das mídias sociais, nome dado às plataformas e mecanismos de internet através dos quais os usuários estabelecem diálogos e conexões. “A partir dos anos 2000, houve uma mudança muito grande. Passamos a viver não mais on-line ou off-line, mas em modo 'on-life', que é quando não há mais diferença entre os espaços virtuais e físicos”, afirmou.
Ele apresentou pesquisas recentes demonstrando que os brasileiros passam cerca de 91 horas por semana conectados à internet. “Isso representa 41 anos, mais da metade da expectativa de vida em nosso país. Quanto às mídias sociais, nós passamos, em média, três horas e 41 minutos conectados diariamente”, ressaltou.
Borges complementou que conhecer os números permite dimensionar o impacto do fenômeno em nossas vidas. “Atualmente existem 3 bilhões de contas ativas no Facebook. A cada minuto, elas realizam 500 mil comentários. Além disso, são 500 milhões de tweets todos os dias, e mil fotos por segundo no Instagram. Existe até um termo para se referir ao volume excessivo de informações produzido, infodemia”, afirmou. De acordo com ele, este cenário causa riscos ao bem-estar mental das pessoas, facilitando quadros de ansiedade, entre outros malefícios.
Tanta exposição diária à informação também pode levar a outro extremo: o da desinformação. De acordo com Borges, é com isso que o Poder Judiciário deve se preocupar. “É muito importante o fortalecimento institucional. Estamos lidando com a democracia, com a vida, com o impacto disso nas pessoas”, ressaltou.
Entre as soluções propostas para o problema, o palestrante citou o planejamento estratégico e o “fact-checking”, termo que se refere a mecanismos que facilitem ao usuário conferir a veracidade daquilo que recebe.
Metaverso
Outra tendência atual é o metaverso, terminologia utilizada para indicar um mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais. Borges explicou que, em um futuro próximo, o fenômeno irá impactar desde as reuniões, que acontecerão em novo ambiente, até as relações trabalhistas, gerando novos tipos de profissões.
“A tecnologia não pede licença, pede desculpas. Eu peguei a era da internet discada e hoje estou no metaverso. Preciso mentalmente entender que o mundo vai mudar, e mudar muito, a todo momento. Temos que aceitar e aproveitar o lado bom”, ressaltou, dando como exemplo o primeiro evento da Justiça do Trabalho a partir do metaverso, realizada pelo juízo da VT de Colíder, no Mato Grosso do Sul.
Mão na massa
Depois da palestra, os participantes do Encontro Inova TRT-SC - Judiciário foram à parte prática do evento. A partir da metodologia Canvas, uma ferramenta estratégica de gestão, eles se dividiram em grupos que propuseram soluções para diversos problemas do Tribunal, como capacitação de servidores, atendimento ao público e complexidade no acesso à informação, entre outros.
O evento é organizado pelo Comitê de Governança Regional da Inovação (CGR-Inova), em parceria com a Secretaria de Gestão Estratégica, e reúne servidores em cargo de direção e assessoramento da área judiciária do TRT-12. O encontro encerra ainda nesta terça (13/9), após a apresentação das soluções levantadas pelos grupos.
Texto: Carlos Nogueira
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