As linhas modernas e inconfundíveis de Oscar Niemeyer também embelezam e contribuem para o melhor funcionamento da Justiça do Trabalho. O arquiteto, falecido nesta quarta-feira (5), foi o responsável pelo projeto do novo prédio do Tribunal Superior do Trabalho, inaugurado em 2006, em Brasília.
Desenhada em 1996, a obra conta com inovações tecnológicas em um projeto que congrega beleza arquitetônica e funcionalidade, com amplos espaços que acomodam as necessidades presentes e futuras da mais alta instância da Justiça do Trabalho.
"Oscar Niemeyer acolheu prontamente a nossa reivindicação e tornou esse prédio, para o nosso maior conforto, não só um prédio belo, mas também funcional", destacou hoje (6/12) o presidente do TST, João Oreste Dalazen.
O arquiteto conhecido mundialmente por suas obras modernistas foi homenageado pelo Tribunal Superior do Trabalho. O presidente do TST, que acompanhou o projeto de construção do novo prédio, afirmou que o artista jamais será esquecido.
"Certamente, Oscar Niemeyer não morrerá. Eu diria, relembrando João Guimarães Rosa, que Oscar Niemeyer é daquelas pessoas que não morrem, ficam encantadas na obra universal e imorredoura, criativa, inventiva e singular no plano universal com que projetou a arquitetura brasileira. Portanto, ele viverá," destacou.
A obra do TST
Os primeiros passos para a obra que seria inaugurada em 2006, foram dados ainda em março de 1993, quando o Tribunal Pleno do TST autorizou o então presidente, Orlando Teixeira da Costa, solicitar um terreno para a construção da nova sede do Tribunal. Em junho do mesmo ano foi aprovado o contato com o arquiteto Oscar Niemeyer para que ele desenvolvesse o projeto. Em outubro, a proposta de prestação de serviços foi apresentada pela empresa Arquitetura e Urbanoismo Oscar Niemeyer S/C.
Em 1994, o contrato com o escritório de Niemeyer foi firmado para o desenvolvimento de projetos completos de arquitetura, estrutura e instalações complementares do novo edifício-sede do TST.
Em agosto de 1996, Oscar Niemeyer apresenta o primeiro projeto, com 122 mil metros quadrados de área edificada. Um ano depois, em agosto de 1997, o TST solicita que o escritório de Niemeyer reformule o projeto, a fim de reduzir os custos da obra. O pedido é atendido e a área total a ser construída passa para 96mil metros quadrados.
Em 1998 é feita a licitação para construção do prédio que tem os serviços de terraplenagem iniciados no mesmo ano. Mas por restrições orçamentárias e alterações no projeto inicial que resultaram na economia de R$718milhões para os cofres públicos, o prédio foi concluído oito anos depois.
"A monumentalidade nunca me atemoriza quando um tema mais forte a justifica. Afinal, o que ficou da arquitetura foram as obras monumentais, as que marcam o tempo e a evolução da técnica. As que, justas ou não sob o ponto de vista social, ainda nos comovem. É a beleza a se impor na sensibilidade do homem." Oscar Niemeyer
Histórico de grandes obras
Filho de Oscar Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida, Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho, nasceu no dia 15 de dezembro de 1907, em Laranjeiras (RJ). Formou-se em arquitetura e engenharia em 1934 pela Escola Nacional de Belas Artes. Casou-se aos 21 anos com Annita Baldo, com quem teve sua única filha, Anna Maria, falecida em junho deste ano, aos 82 anos.
Em 1958, Niemeyer foi nomeado arquiteto-chefe da nova capital do país e transferiu-se para Brasília, onde permaneceu até 1960. "Quem for a Brasília pode não gostar dos palácios, mas não pode dizer que viu antes coisa parecida. E arquitetura é isso – invenção", afirma em uma de suas famosas frases.
Autor de mais de 600 obras, Niemeyer também foi o responsável por grandes projetos no exterior. Entre eles, a sede da Organização das Nações Unidas, nos Estados Unidos (1947), o Museu de Arte Moderna em Caracas, na Venezuela (1954), a sede do Partido Comunista Francês, em Paris (1967); a Universidade de Constantine, na Argélia (1968); e o Pavilhão da Serpentine Gallery, em Londres (2003).
Oscar Niemeyer morreu na noite de ontem (5/12), no Hospital Samaritano, em Botafogo (RJ), onde estava internado desde o dia 2 de novembro, vítima de complicações renais e desidratação. No próximo dia 15, completaria 105 anos.
Fonte: Portal do TST