Servidora poliglota atua como intérprete voluntária em audiências de unidades diversas da JT catarinense

Francês, italiano, espanhol, inglês e português: esses são os cinco idiomas dominados por Karla Tenório Correia da Silva, servidora da Vara do Trabalho de Xanxerê, no oeste do estado. Por meio deles, há cerca de dois anos ela atua como intérprete voluntária em audiências de algumas unidades da Justiça do Trabalho catarinense.

Karla compõem o quadro do Tribunal desde 2015, no cargo de analista judiciária. Mas foi a partir de 2019, com a divulgação de um projeto social de ensino da língua portuguesa para haitianos, conduzido por ela em Xanxerê, que passou a ser contatada por juízes e servidores de diversas unidades.

Além de participar durante as audiências, ela auxilia oficiais de justiça da região nas intimações para jurisdicionados estrangeiros, explicando o trâmite processual trabalhista e obtendo informações necessárias. Em alguns momentos, quando solicitada, chegou inclusive a auxiliar advogados no contato com os próprios clientes.

A servidora se sente realizada com o papel exercido. “É gratificante poder utilizar os meus conhecimentos para o bem. Percebo também que o jurisdicionado se sente respeitado quando entende tudo o que acontece durante o processo”, afirma. Atualmente, Karla tem estudado a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a Língua Crioula, conhecimentos que também pretende aplicar na rotina profissional.

Espírito colaborativo

Além de Xanxerê, Karla já auxiliou como intérprete em audiências nas Varas do Trabalho de Joaçaba, 3ª e 4ª de Chapecó, entre outras. No momento, isso tem acontecido por meio telepresencial, única modalidade de audiências na JT catarinense desde o início da pandemia da Covid-19 no Brasil, em março de 2020.

Karla pontua que o espírito solidário deve ser sempre estimulado. “Desse modo, a prestação jurisdicional se torna muito mais efetiva e humana”, ressalta. Ela agradece ainda ao juiz titular da Vara do Trabalho de Xanxerê, Régis Trindade de Mello, e ao diretor, Jairo Lanzanova, pela “permissão e incentivo” no desempenho das atividades.

“Considerando o elevado número de trabalhadores estrangeiros na região, principalmente haitianos e venezuelanos, a atuação da servidora é muito importante”, ressalta o juiz Régis de Mello. O magistrado destaca ainda que “a Justiça é uma só'', o que torna “essencial a colaboração entre as unidades”.

Texto: Carlos Nogueira / Imagem: banco de imagens e arquivo
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