Valorizar aprendizagem e erros é chave para inovar no serviço público, defendem especialistas

Primeiro de uma série, painel é uma das iniciativas do Circuito Inova+ e foi realizado na sexta (28/4) no auditório do TRT-12, com transmissão pelo YouTube

28/04/2023 18h14, atualizada em 01/05/2023 19h26
Adriano Ebenriter

Para promover a inovação no serviço público, é necessário estabelecer uma cultura que valorize o aprendizado e encare os erros como oportunidades de crescimento. A ideia foi defendida por Anna Claudia Krüger, assessora de planejamento do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) e membro do Laboratório de Inovação do órgão, e por Pablo Benítez, do Laboratório de Inovação do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), durante o 1º Painel do Circuito Inova+. O evento foi realizado nesta sexta-feira (28/4) no auditório do TRT-12, em Florianópolis, com transmissão ao vivo pelo YouTube.

De acordo com os especialistas convidados para o debate “Laboratórios de inovação no governo: desafios, lições aprendidas, resultados e perspectivas”, é preciso que os gestores e servidores públicos estejam dispostos a experimentar novas ideias e práticas.

Para isso, eles consideram necessário criar um ambiente que estimule a criatividade e a colaboração, onde as pessoas se sintam seguras para compartilhar suas propostas e opiniões. Neste contexto, os laboratórios de inovação exerceriam um papel fundamental.

“Todos nós, que dedicamos a vida ao serviço público, já percebemos a velocidade e a complexidade com que as mudanças estão acontecendo. Para atender na velocidade e na qualidade esperada, não podemos continuar agindo como a gente sempre fez”, afirmou Anna Krüger.

Quatro pilares

Com mestrado em Administração, a servidora acumula mais de 20 anos de experiência na administração pública. De acordo com ela, existem quatro pilares que devem nortear a inovação técnica.

“O primeiro é empatia, foco no usuário. É perguntar ao jurisdicionado, ao cidadão, o que ele quer. O segundo pilar é colaboração, isso que estamos fazendo aqui. Depois, é a geração de resultados, e, por último, a experimentação. É preciso um ambiente seguro para acertar, errar, e esse erro não ser condenado, criticado, e não se buscar culpados”, refletiu.

Fazer diferente

Pablo Benítez, engenheiro de software, publicitário e pós-graduado em Administração Pública e em Inovação no Serviço Público falou a partir da ótica do MP-SC.

“Adotamos o lema ‘fazer diferente para fazer melhor’. Significa dar a oportunidade para tentar fazer algo diferente no ambiente de trabalho, sem a grande crítica. O laboratório foi construído especificamente para fazer experimentos. Algumas coisas não deram certo, mas tudo bem. O órgão deu essa liberdade para a gente e isso foi muito bom”, afirmou o servidor.

Primeiro painel

Impossibilitada de comparecer ao evento por motivos de ordem pessoal, a coordenadora do Comitê de Inovação do TRT-12, desembargadora Mari Eleda, teve o discurso lido na abertura do evento.

“Este painel é o primeiro de nosso Circuito Inova+. Vamos conhecer outros laboratórios de inovação no governo. Estamos fazendo isso num momento muito especial, revolucionário. O mundo da tecnologia está inspirando inovação”, afirmou a coordenadora, referindo-se a novidades como “ChatGPT”, “IA generativa” e “transformers”.

“Neste ano inspirador, iniciado sob os auspícios desses avanços tecnológicos, temos de aproveitar o embalo, os exemplos de outros órgãos e ‘circuitar’ nossas ideias. Vamos trazê-las para o Circuito”, frisou a desembargadora.

O discurso foi concluído com Mari Eleda convocando a todos para, no contexto do Circuito do Inova+, trazer ideias para a Justiça do Trabalho incorporar em suas soluções.

“No final do ano, quando nos reunirmos para avaliar a jornada e premiar os projetos, certamente teremos várias propostas concretas de avanços, pequenos ou grandes, com novas ou já conhecidas tecnologias”, pontuou a magistrada.

homem de terno discursando no púlpito
Godoy Junior: "Sucesso depende de energia e intenção"

Também durante a abertura do evento, discursou o vice-presidente do TRT-12 e diretor da Escola Judicial, desembargador Wanderley Godoy Junior.

“Entendo que fomentar a inovação é condição indispensável para encontrarmos soluções para nossos velhos e novos problemas. Todos nós somos peças fundamentais neste processo e o sucesso dependerá apenas da nossa energia e intenção. Contamos com todos vocês!”, ressaltou o magistrado.

O presidente do TRT-12, desembargador José Ernesto Manzi, cumprindo compromissos profissionais em Brasília, deixou seu recado por meio de um vídeo transmitido no evento. A mediação do painel ficou por conta da juíza titular da 3ª Vara do Trabalho de Florianópolis, Maria Aparecida Jerônimo.


Texto: Carlos Nogueira
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