Vara da Capital pede doações de sangue e plaquetas para ex-diretor em estado grave

Desde segunda-feira (21) a equipe da 7ª Vara do Trabalho de Florianópolis se mobiliza na busca de doadores de sangue e de plaquetas para o ex-diretor Antônio Marcos da Silva Melo, internado na UTI do Hospital de Caridade, na Capital. Há seis meses o servidor precisou se afastar da unidade para tratar de um câncer no sistema linfático e, no último sábado, seu quadro de saúde piorou. Ele está sedado e precisa receber transfusões diárias de sangue. 

“Até um mês atrás ele estava super bem”, lamenta o servidor Tiago Gomes Fernandes, que foi ao Hemocentro de Santa Catarina (Hemosc) — a duas quadras do Fórum da Capital — para doar plaquetas ao colega. Esse componente do sangue é vital para que o corpo consiga interromper sangramentos e é especialmente requisitado pelos pacientes que fazem tratamento oncológicos, já que os medicamentos contra o câncer costumam danificar parte de suas plaquetas. 

Fernandes explica que o procedimento de coleta é bem parecido com a doação normal de sangue, feita a partir de uma das veias do antebraço, com o doador deitado em uma poltrona. Durante o processo, o sangue extraído passa por uma máquina que retira parte das plaquetas do material e, em seguida, devolve o sangue filtrado ao doador. 

“A única diferença é que demora um pouco mais, minha coleta levou cerca de uma hora”, relata o servidor, destacando ainda que na véspera foi necessário coletar uma amostra para análise. “Mesmo quem não puder doar suas plaquetas pode ajudar nosso colega com a doação normal de sangue”, ressalta.
 

“Timoneiro brincalhão”

Natural de Vacaria (RS), Antonio trabalha no Tribunal desde 1994, ano em que começou a atuar na antiga Junta de Conciliação e Julgamento de Lages. De lá, ele migrou para a jurisdição de Curitibanos, onde conheceu o juiz do trabalho Carlos Alberto Pereira de Castro, de quem se tornaria braço direito. Desde então, a dupla se manteve junta por 17 anos, até o problema de saúde obrigar Melo a interromper suas atividades, no primeiro semestre.

“Foi o único diretor de secretaria que eu nomeei em toda minha carreira de titular”, destaca Castro, que enaltece o profissionalismo de Melo e sua disposição em construir um ambiente de trabalho harmônico. “Ele sempre foi uma pessoa extremamente agradável, próximo de todos, com muita facilidade para manter a equipe unida. Acho que nunca se indispôs com ninguém”, conta o magistrado. 

Convivendo com Melo há cinco anos na 7ª VT da Capital, Tiago Fernandes descreve o colega como um “gestor excepcional”, que sabe delegar tarefas e confia em seus subordinados. “Ele sempre foi o nosso ‘timoneiro’, alguém que sabe conduzir a equipe com eficiência e, apesar de trabalhar muito, é  brincalhão e espirituoso”, aponta.  

O agravamento do quadro do servidor levou o Tribunal a aposentá-lo por invalidez esta semana, mas o juiz Carlos Alberto acredita que logo o amigo voltará a trabalhar ao seu lado. “O último boletim médico divulgado nesta quinta (24) mostrou que ele está conseguindo recuperar sua imunidade”, comemora o juiz. “Confiamos muito no sucesso do tratamento e na sua plena reabilitação. A Justiça do Trabalho certamente irá se beneficiar com o retorno de um profissional tão experiente”.