Carlos Crispim falou em evento da Fundação Pró Rim sobre as limitações de cada um: “diferenças que nos assemelham como pessoas”
O analista judiciário Carlos Alberto Crispim, diretor da 3ª Vara do Trabalho de Florianópolis, palestrou na reunião trimestral da Fundação Pró-Rim nesta quinta-feira (16/3), de forma telepresencial. O tema foi “Inclusão no mercado de trabalho: abrangência, significado e efetivação”.
Segundo ele, a inclusão deve se referir a um sentimento de pertencimento da pessoa ao seu ambiente laboral. O objetivo da conversa foi explicar sobre as normas existentes para incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho, reforçando a premissa de que elas podem ser capacitadas e treinadas para atuar em qualquer área profissional.
Para ele, a deficiência é uma mera diferença no aspecto físico, na comunicação, no modo de agir e de sentir e outras particularidades, assim como a cor do cabelo, da pele, altura e peso diferenciam a gama de pessoas existentes.
“Encontramos potencialidades e dificuldades em todos, além de que somos sujeitos a adquirir limitações inesperadas no decorrer da vida”, disse. Sobre a abrangência da inclusão, ele acredita que esta se estende aos grupos marginalizados, como por idade, gênero, etnia e orientação sexual. “O preconceito e a discriminação devem ser colocados de lado e lembrarmos que somos diferentes uns dos outros, e são essas diferenças que nos assemelham como pessoas”, diz ele.
Segundo Crispim, a sociedade não faz um favor à pessoa com deficiência ao obedecer às normas que promovem a equidade entre os cidadãos. “Fazer inclusão não é fazer o bem, mas é fazer bem, pois esse conceito não deve ser relacionado com boas ações ou caridade”, explicou.
Ele também faz um alerta: “a pessoa com deficiência não precisa ser o Super-Homem”, rejeitando o viés de pensamento em que a sociedade romantiza um ideal de superação. As leis, segundo ele, devem garantir a equidade, sendo necessário para efetivá-la o acolhimento e adaptação, com a consciência de se reconhecer como iguais.
O servidor do TRT-12 contou que ele mesmo passa pelas sequelas da poliomielite, e tem limitações que o levaram a perceber na sua própria experiência como a inclusão é transformadora.
Ao final, exibiu o vídeo “Mais amor, por favor”, produzido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC), no qual conversa sobre os impactos da segregação e também da inclusão. E foi aplaudido pela audiência. “Sua mensagem vai no coração, para o dia-a-dia na prática da profissão para todos aqui”, comentou o presidente da Fundação Pró Rim, Marcos Alexandre Vieira.
Texto: Carolina Monteiro (estagiária)
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