Estudo aponta a produtividade de magistrados e servidores do Poder Judiciário

01/04/2014 16h30

Estudo inédito do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), produzido pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ), sob a supervisão da Comissão Permanente de Gestão Estratégica, Estatística e Orçamento, aponta os “Indicadores de Produtividade dos Magistrados e Servidores no Poder Judiciário”.

Calculados a partir da base de dados do relatório Justiça em Números de 2013 – referente ao ano de 2012 - os Índices de Produtividade de Magistrados – IPM e de Servidores do Judiciário – IPS foram instituídos pela Resolução nº 184, de dezembro de 2013, norma que definiu os critérios para criação de cargos, funções e unidades judiciárias no Poder Judiciário.

Para o conselheiro Rubens Curado, o relatório revela um dado muito positivo. Os 17 mil magistrados brasileiros finalizam, em média, 1.628 processos por ano. “Cada magistrado baixa 4,5 processos por dia, considerando cada um dos 365 dias do ano, o que representa uma produtividade excelente. Mas ainda assim não conseguem dar vazão ao grande estoque de processos”, afirmou.

A média de produtividade nos tribunais superiores (STM, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior do Trabalho e Tribunal Superior Eleitoral) é de 5.719 processos, a cada ano, por ministro. Entre os tribunais superiores, o maior índice de produtividade é do STJ (8.488 por Ministro), seguido pelo TST (6.658).

O estudo também aponta que ainda existe grande disparidade entre a produtividade dos magistrados dos diversos tribunais, que chega a 700%. O Tribunal estadual mais produtivo é o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que finaliza, por ano, 2.919 processos por magistrado.

Produtividade de Servidores – Uma das novidades do estudo é o índice de produtividade de servidores, por tribunal e por segmento de justiça. Em média são baixados no Brasil 103 processos por servidor do Judiciário por ano. Computados apenas os servidores da área judiciária (excluídos aqueles das áreas administrativas que não trabalham diretamente com processos), o índice passa a ser de 132 processos por ano.

Os servidores da área judiciária da Justiça Federal são os que apresentam melhor IPS (223), seguida dos tribunais superiores (157), Justiça Estadual (132), e Justiça do Trabalho (124).

Também foram identificadas grandes disparidades entre a produtividade de servidores de tribunais do mesmo segmento, que chega a 400%.

O TJRS obteve o melhor IPS entre os tribunais estaduais (248 por servidor da área judiciária). O TRT18 (GO) o melhor IPS da Justiça do trabalho (213) e o TRF1 o da Justiça Federal (455).

“O estudo confirma o desnivelamento existente entre os tribunais brasileiros. Alguns com altíssima produtividade, outros com desempenho insuficiente. São ilhas de excelência que convivem com tribunais com processos de trabalho ainda antiquados, mas que já perceberam a importância de investir na qualificação do seu quadro de pessoal”, afirmou o Conselheiro Rubens Curado, que integra a Comissão Permanente de Gestão Estratégica, Estatística e Orçamento.

Disparidades entre 1º e 2º Grau – A radiografia sobre a produtividade de servidores da área judiciária também confirma a importância de se reequilibrar a força de trabalho entre o 1º e o 2º Graus.

Em média, os servidores de 2º grau baixam 102 processos por ano e os de 1º grau um total de 133 (cerca de 30% mais). Na Justiça do Trabalho, cada servidor de primeiro grau baixa praticamente o dobro do número de processos do que os alocados em 2º grau. São 144 processos baixados no 1º Grau contra 74, no 2º Grau.

Para Curado, “Este tipo de estudo é importante não só para revelar o desempenho de tribunais, em cotejo com os do mesmo segmento, mas sobretudo para que o próprio tribunal possa identificar os seus problemas e adotar medidas para a sua correção. Esse estudo, portanto, é um importante instrumento de gestão”.

O Tribunal de Justiça de Sergipe é um dos poucos em que existe equilíbrio na produtividade dos servidores de segunda e primeira instância: 98 e 97 processos por ano, respectivamente. Para Curado, esses dados não são um acaso. “O TJ Sergipe há anos preocupa-se com a alocação equilibrada de servidores. É um exemplo de que é possível distribuir equanimemente o trabalho entre todos. É uma questão de racionalidade, solidariedade e isonomia”.

 

 


Fonte: Conselho Nacional de Justiça
 

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