Comunicação não violenta é ferramenta poderosa para conciliação, defende especialista em evento da Ejud12

12/06/2019 18h45, atualizada em 04/11/2019 16h41
Doutora em Direito e mestre em Educação, Adriana Cantini atua como conciliadora no Poder Judiciário do Rio Grande do Sul
Doutora em Direito e mestre em Educação, Adriana Cantini atua como conciliadora no Poder Judiciário do Rio Grande do Sul

 

Em vez de se preocupar em descobrir o culpado, pensar em como solucionar o conflito. Essa foi a proposta feita pela doutora Adriana Hartemink Cantini, professora da Universidade Federal do Pampa, aos juízes e desembargadores do TRT-SC no primeiro dia do 2º Módulo de Estudos da Escola Judicial. O evento iniciou nesta quarta (12) e segue até sexta-feira (14).

Uma ferramenta que pode auxiliar os magistrados nessa condução da solução alternativa, aponta a docente, é a aplicação da Comunicação Não Violenta (CNV), que, segundo o criador da teoria, o psicólogo norte-americano Marshall Rosemberg, é uma forma de se expressar honestamente com habilidades na linguagem e comunicação. Ao praticar a CNV, o interlocutor se propõe a se comunicar de maneira clara sobre os sentimentos e necessidades do ouvinte, evitando mal entendidos por falta de comunicação.

De acordo com a professora, muitas vezes as pessoas não sabem, ou não conseguem, expressar corretamente seus sentimentos e necessidades, e isso acaba gerando uma série de conflitos – que podem resultar numa ação trabalhista.

"A CNV se revela uma ferramenta poderosa para o magistrado extrair das partes o que realmente estão sentindo e o que esperam que o processo resolva. Quando a comunicação é estabelecida de forma transparente para as duas partes envolvidas, a chance de chegarem a um acordo aumenta”, afirma.

Para a especialista, que atua como conciliadora no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, o acordo é sempre a solução a ser buscada para encerrar um litígio. “Quando a ação finda com uma sentença, surge a sensação 'ganha/perde', e a parte não fica feliz porque outra pessoa resolveu seu problema. Quando sente que teve participação na solução do seu conflito, ela se sente fortalecida e o grau de satisfação é maior”, conclui a professora.

Programação

Desembargador Basilone e juíza Gubert na EJUD12
Juíza Maria Beatriz Gubert e desembargador Roberto Basilone, vice-diretora e diretor da Ejud12, realizaram a abertura do módulo


A abertura do encontro foi realizada pelo desembargador Roberto Basilone Leite, diretor da Ejud12, e pela juíza Maria Beatriz Gubert, vice-diretora. O desembargador deu boas-vindas aos magistrados e apresentou a programação do evento.

Na quinta-feira (13), a programação inclui palestras com os temas “Ameaças à independência e à segurança dos magistrados” e “Moralismo contra constitutione e vontade de Constituição”, proferidas, respectivamente, pelo juiz José Carlos Külzer, presidente da Amatra12, e o advogado Ruy Samuel Espíndola. O segundo dia encerra com um minicurso sobre segurança pessoal coordenado pelo tenente-coronel da Polícia Militar (PM-SC) Emerson Fernandes.

No último dia do encontro, sexta-feira pela manhã, o delegado Mauro Rodrigues e o agente da Polícia Civil Ivan de Souza Castilho irão falar aos magistrados sobre segurança cibernética.

 

Desmbargadores e juízes participaram do evento da Escola Judicial
Desembargadores e juízes de 1º grau têm três dias de capacitação

 

Texto: Camila Velloso / Foto: Adriano Ebenriter
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