Figueira da Praça XV ganha iluminação especial na abertura do Abril Verde

Abril é o mês de conscientização sobre a importância de prevenir os acidentes de trabalho. O movimento conhecido como Abril Verde, que conta com o apoio da Justiça do Trabalho de todo o país, realizou um ato simbólico no coração da capital catarinense, nesta quarta-feira (3/4). 

A velha figueira que fica no centro da Praça XV, em Florianópolis, ganhou uma iluminação especial na cor verde. O ato contou com a presença dos desembargadores do TRT-SC Amarildo Carlos de Lima (presidente) e Cesar Luiz Pasold Júnior (gestor regional do Programa Trabalho Seguro-PTS), e do prefeito de Florianópolis, Topázio Silveira Neto.

Em sua fala, Amarildo de Lima lembrou o elevado número de acidentes de trabalho em Santa Catarina (quase 50 mil em 2022), ponderando que o quadro poderia ser bem pior se não houvesse ações do Abril Verde ou do Programa Trabalho Seguro, do qual foi gestor por dois anos. "Conclamo a todos a analisarmos como podemos melhorar no nosso dia a dia para evitar que os acidentes aconteçam, seja por meio da reflexão pessoal ou mesmo em conversa com amigos e colegas de trabalho", disse o desembargador.

"São, salvo e com vida"

Citando o apoio das instituições presentes ao evento, como Fiesc, Prefeitura e OAB-SC, Pasold Júnior destacou a importância do trabalho coletivo. "O Abril Verde trata sobre a vida e a importância de preservá-la, mas para isso ser possível, precisamos atuar juntos na tarefa de conscientização. Todo o trabalhador deve chegar em casa são, salvo, com vida, seguro, capaz, e isso é possível com a disseminação de boas práticas e boa vontade por parte de todos os entes envolvidos", afirmou o gestor do PTS, agradecendo aos parceiros do Programa.

Também estiveram presentes na iluminação da figueira centenária, pelo TRT-SC, a vice-presidente, desembargadora Quézia Gonzalez, e a vice-diretora da Escola Judicial, Ângela Konrath; a secretária municipal de turismo, esporte e cultura, Zena Becker; o presidente da Comissão de Direito do Trabalho da OAB-SC, Felipe Falcão; a vice-presidente da subseção da OAB-SC, Cleomara Anhalt, e a assessora jurídica da Fiesc, Maria Antônia Amboni.

O prefeito de Florianópolis reforçou que a conscientização sobre segurança do trabalho não deve acontecer apenas no mês de abril, mas sim, diariamente. "Não apenas por uma questão econômica, mas principalmente porque falamos de vidas humanas. Um acidente pode se tornar fatal e isso é algo irrecuperável", disse Topázio Neto, agradecendo ao TRT-SC a oportunidade de o município abraçar o movimento, que, segundo ele, inclusive está sendo levado para dentro da Prefeitura de Florianópolis - uma capacitação dos trabalhadores e trabalhadoras será realizado ainda este mês. 

Programação

Outras iniciativas estão previstas em todo o estado ao longo deste mês, como a realização de palestras em parceria com universidades, órgãos públicos, ações em empresas e blitz de conscientização. Destaque para realização de um seminário sobre os 10 anos de implementação da norma regulamentadora (NR) 36 e seu impacto na saúde dos trabalhadores de frigoríficos, no dia 26, em Chapecó. 

O evento será realizado no campus da Unoesc, a partir das 13h15min, e contará com a presença do presidente do TRT-SC, desembargador Amarildo Carlos de Lima; do gestor do Programa Trabalho Seguro para a região Sul, desembargador Roberto Luiz Guglielmetto (TRT-SC); além de membros do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Sindicato dos Trabalhadores em Frigoríficos e dos frigoríficos parceiros do PTS na região.

SC: quarto maior aumento em duas décadas

De acordo com o Observatório de Saúde e Segurança do Trabalhador, que utiliza como referência os dados do INSS, foram registrados em Santa Catarina 46,8 mil acidentes de trabalho em 2022, o quarto maior número da série histórica iniciada em 2002. Em relação a 2021, isso representou 21% de crescimento. Quanto ao número de mortes, foram 162, quatro a menos do que em 2021.

Os municípios que mais registraram notificações de acidente de trabalho foram Joinville (6,9 mil), Blumenau e Florianópolis (ambos com 2,7 mil). A maioria deles se concentraram nas atividades de atendimento hospitalar (2,5 mil), seguido pelo setor de fundição de ferro e aço (2.460) e de abate de aves e suínos (2.362). 

As ocupações que mais somaram acidentes foram alimentador de linha de produção (3,6 mil), técnico de enfermagem (2 mil) e faxineiro (1.252). As três principais causas de acidentes foram impacto contra pessoa ou objeto (7,3 mil), agente biológico (5 mil) e máquinas e equipamentos (3,9 mil), sendo que os tipos de lesões mais frequentes foram cortes e lacerações (6,4 mil), fraturas (6.365) e escoriações e ferimentos superficiais (4,8 mil).

Texto: Camila Collato
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