Terminou sem acordo uma assembleia realizada nesta sexta (7) na Justiça do Trabalho entre o Figueirense e representantes de 46 credores para a criação de um plano único de pagamento das execuções trabalhistas contra o clube catarinense, que vem acumulando um passivo crescente nos últimos anos. A negociação começou em maio e deve ser concluída até a primeira semana de julho.
A ideia de acordo foi proposta pelo juiz do trabalho Marcel Higuchi, coordenador do Núcleo Permanente de Conciliação do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC). Em 2014, o magistrado ajudou a mediar um acordo semelhante com o rival Avaí, que parcelou uma dívida de R$ 6 milhões em 40 meses, evitando a penhora de bens e garantindo um valor mensal ao credores.
O Figueirense vive uma situação parecida: segundo a empresa Elephant — principal acionista do clube e gestora do departamento de futebol — o alvinegro passa por uma delicada reestruturação financeira e, mesmo após reduzir a folha de pagamento, não teria, nesse momento, condição de arcar com o aumento das execuções trabalhistas.
Bloqueio da renda
A empresa propôs um acordo no qual toda a renda do programa de sócios-torcedores do clube (R$ 120 mil ao mês) seria destinada para quitar as execuções trabalhistas. A partir de janeiro, a parcela seria progressivamente aumentada até atingir o valor de R$ 165 mil, em março de 2020.
O valor não agradou os credores, que apresentaram outra proposta: o clube se comprometeria a destinar 25% de toda sua renda — incluindo venda de jogadores e de imóveis — para o pagamento das dívidas, ficando com 75% da receita para manter a gestão do time, hoje o nono colocado da Série B do Brasileirão.
O Figueirense tem agora 15 dias para se manifestar sobre a proposta dos credores. Não há, por enquanto, nova reunião agendada.
Texto e fotos: Fábio Borges
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