Dificuldades apontadas serão tema de ações do Inova TRT-SC, programa de incentivo à inovação lançado nesta sexta (31)
Foi lançada nesta sexta (31) uma consulta pública para todo o país com o objetivo de identificar as principais dificuldades enfrentadas pela Justiça do Trabalho no Brasil. Formulada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC), a pesquisa será aberta a toda a sociedade e terá questões sobre temas comuns a todos os órgãos da JT, como prestação jurisdicional, gestão de custos e Processo Judicial Eletrônico (PJe), entre outros.
O lançamento do questionário foi realizado durante a apresentação do Inova TRT-SC, programa de incentivo à inovação planejado para melhorar a gestão e os serviços prestados pela Justiça do Trabalho. O objetivo é que as respostas da consulta sirvam de base para diversas atividades de inovação que serão realizadas dentro do programa. A cerimônia ocorreu no auditório da sede do Tribunal, em Florianópolis, e foi transmitido ao vivo pelo YouTube.
O Inova TRT-SC tem como objetivo central aproximar a JT do ecossistema de inovação, um ambiente de aprendizagem e criação que conecta pessoas, empresas e órgãos públicos para o desenvolvimento de projetos inovadores, mobilizando mentes capacitadas e criativas para encontrar soluções alternativas para seus problemas, sendo elas aliadas, ou não, à tecnologia.
O Programa está sendo viabilizado por meio de uma parceria entre TRT-SC e o grupo de pesquisa VIA Estação Conhecimento, do Departamento de Engenharia do Conhecimento (EGC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Hackaton Inova TRT-SC
Após a consulta, que ficará disponível até o dia 20 de junho, e com o conhecimento das dificuldades em mãos, será realizado dentro do programa o Hackaton Inova TRT-SC, de 13 a 15 de setembro. Trata-se de uma maratona tecnológica com 52 horas de duração que vai reunir os integrantes do ecossistema de inovação, além de advogados e órgãos da JT para desenvolver soluções aos desafios identificados. Além de magistrados, servidores e advogados, o público-alvo inclui também estudantes universitários, designers, profissionais de negócio, de inovação e de TI, especialmente programadores.
O evento terá abrangência nacional e inscrições abertas para TRTs de todos os estados, pois as soluções desenvolvidas poderão ser adotadas em todo o país. A iniciativa, inédita na JT, irá premiar as melhores alternativas apresentadas. O edital com regulamento, período de inscrições e premiação será lançado no final de julho.
LabInovaTRT12
Outra novidade apresentada no evento foi a criação do LabInova12, espaço de criação colaborativa pensado para oferecer condições mais favoráveis para que a inovação ocorra no Tribunal. O local será formatado como uma espécie de startup, onde as pessoas estarão conectadas para trocar conhecimentos e experiências.
“Será um espaço físico colaborativo, um coworking”, explicou o diretor da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do TRT-SC, Gustavo Ibarra, responsável pela apresentação técnica do Inova desta sexta-feira. O servidor referia-se ao modelo de trabalho no qual profissionais de diversas áreas atuam conjuntamente em seus projetos, privilegiando o compartilhamento de ideias.
“O LabInova12 não fará parte da estrutura organizacional do TRT-SC, privilegiando a independência na tomada de decisões”, afirmou.
Prestação jurisdicional
Em seu discurso, a presidente do TRT-SC, desembargadora Mari Eleda, falou sobre a relação entre inovação e a melhoria da prestação jurisdicional, alvo principal do programa.
“Inovar é um sonho continuado do homem. Na gestão e no processo, a Justiça trabalha dados para gerar informações e orientar decisões. Nisso, evoluções tecnológicas recentes permitem ampliar os sonhos e pretensões e ir além do habitual”, ressaltou.
A magistrada citou como exemplo os autos eletrônicos processuais, que “entregam conteúdos a novos algoritmos capazes de captar informações e padrões para a automatização de rotinas e tarefas” – algo impensável há poucos anos. Segundo a presidente, as transformações dos modos tradicionais de fazer as coisas são tão revolucionárias que fizeram surgir uma designação especial: disrupções.
A desembargadora finalizou lembrando que o mundo jurídico é tido por muitos como conservador, não receptivo às novidades. “Senhores, ajudem-nos a transformar essa imagem. Vamos inovar, recriar procedimentos, agilizar a entrega jurisdicional, baixar os custos da dicção do Direito, tornar a Justiça mais justa e promover a cidadania”, conclamou. “A flecha está lançada”.
Texto: Camila Velloso e Carlos Nogueira / Foto: Adriano Ebenriter
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