Palestra do juiz Bruno Rodrigues (TRT-MG) encerrou o 4º Módulo da Ejud-12 em Lages, nesta sexta (8/11)
“A fronteira que precisa ser trabalhada é que nós, seres humanos, possamos controlar a tecnologia e não a tecnologia nos controlar”. Com essas palavras, o juiz Bruno Alves Rodrigues, do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-MG), encerrou o 4º Módulo de Formação Continuada da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (Ejud-12), nesta sexta-feira (8/11), em Lages - SC.
A palestra do magistrado foi mediada pela juíza do trabalho e diretora do Foro lageano, Patrícia Pereira de Sant'Anna. Com o tema “Tecnologia, formação da subjetividade e sustentabilidade”, o convidado fez uma retrospectiva histórica abordando fases da organização capitalista, demonstrando os diferentes aspectos da relação de controle do capital com os trabalhadores.
O objetivo foi provocar uma reflexão sobre como o crescente uso da tecnologia vem trazendo profundas transformações na organização capitalista, na formação da subjetividade do trabalhador e na atual necessidade de preservação de um sentido humano de existência.
De acordo com Bruno, entre os séculos XVII e XVIII existia um modelo de capitalismo de fábrica, no qual a subordinação entre empregado e empregador era direta. Com o passar do tempo, atravessamos diferentes fases até chegar nos dias de hoje, quando vivemos um capitalismo em que a subordinação é algorítmica. Isto é, há uma automação não só das rotinas fixas, mas também do processo decisório.
Reflexos na magistratura
O palestrante fez um comparativo dessa evolução com os diferentes estágios da magistratura e como isso vem refletindo no comportamento de juízes e juízas na atualidade.
“Partimos de um juiz ou juíza positivista, voltado especificamente para a efetividade metodológica. Passamos pelo estágio do início das escolas judiciais e, logo após, pelo surgimento da necessidade de adquirirmos conhecimentos culturais, sociológicos e econômicos. Atualmente, vivenciamos a inclusão digital na era da Inteligência Artificial”, explicou.
Bruno finalizou a palestra enfatizando que a tecnologia não ocupa o espaço que os seres humanos têm. “Diferente das máquinas, que são programadas por algoritmos, nós temos padrões qualitativos, sentimentos e enxergamos as pessoas em cada processo em que trabalhamos. Mais vale o erro do que a expressão coletiva do viés”, concluiu o magistrado.
Apresentação cultural e palestra
O último dia do módulo de formação iniciou com a apresentação musical e de dança do “Grupo de Arte e Cultura Querência Militar", do Colégio Policial Militar de Lages. Logo após, aconteceu a palestra “Metas Estratégicas - utilizando o painel para aprimorar seus resultados”, com os servidores Marco Antonio Bazeggio e Fábio Zapelini Rebelo, da Secretaria de Gestão Estratégica (TRT-SC), e mediação do desembargador Nivaldo Stankiewicz.
O 4º Módulo
A programação do 4º Módulo girou em torno do tema “Mundo do trabalho: saúde mental e virtualização da vida”, escolhido pela Ejud-12 para orientar as atividades do biênio.
O evento iniciou na quarta-feira (6/11), com a palestra do juiz Rodrigo Goldschmidt, que falou sobre “Direito à desconexão laboral e sua aplicabilidade sistêmica”. Durante esses três dias, a formação ocorreu no formato híbrido, com atividades presenciais no auditório da Subseção de Lages da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SC) e transmissão virtual para inscritos.
O módulo agregou ainda ao cronograma de formação atividades culturais e uma visita técnica à Fruticultura Malke.
É a segunda vez que um módulo de estudos foi realizado fora de Florianópolis, com o objetivo de valorizar as diferentes regiões do estado. A primeira foi em Joinville, no mês de junho.
Texto: Priscila Tavares
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