Coleprecor debate segurança jurídica e redução da litigiosidade

Presidentes do STF e do TST participaram da primeira reunião do ano, organizada pela nova administração do Colégio de Presidentes e Corregedores dos TRTs

19/02/2025 15h23, atualizada em 19/02/2025 17h55
Fotos: Felipe Sampaio (TST)

A primeira reunião ordinária de 2025 do Colégio de Presidentes(as) e Corregedores(as) dos Tribunais Regionais do Trabalho (Coleprecor) teve início nesta terça-feira (18/2), em Brasília, no Auditório Ministro Mozart Victor Russomano, no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

A mesa de abertura contou com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso; do presidente do TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministro Aloysio Corrêa da Veiga; da presidente do Coleprecor, desembargadora Adenir Carruesco (TRT-MT); da vice-presidente, desembargadora Laís Helena Jaeger Nicotti (TRT-RS); e do secretário-geral, desembargador Amarildo de Lima (TRT-SC).
 

Postura diferenciada


Coube ao ministro Aloysio fazer a abertura da reunião. Ele destacou a necessidade de uma mudança de paradigma na atuação da Justiça do Trabalho. Segundo o ministro, é fundamental adotar uma postura diferenciada para atender, em tempo real, às demandas de uma sociedade marcada por desigualdades. “A cultura de precedente tem que ser estabelecida com urgência”, afirmou o presidente do TST, ressaltando a importância de uma atuação consistente e previsível no Judiciário.

Conforme Aloysio, o desenvolvimento dessa cultura contribuirá para uma maior segurança jurídica, evitando situações de insegurança e imprevisibilidade nas relações de trabalho.

O ministro Aloysio também enfatizou que a Justiça do Trabalho precisa aprimorar seus processos e decisões, visando maior qualidade e menor quantidade.

“Só vamos conseguir isso desenvolvendo essa cultura de precedente com, naturalmente, decisões qualificadas em todas as nossas atuações”, afirmou.

O presidente do TST encerrou reforçando o papel essencial da Justiça do Trabalho na sociedade brasileira.

Três pessoas em pé em fremte a um balcão com o logotipo do Tribunal Superior do Trabalho
Amarildo de Lima, Adenir Carruesco e Laís Helena Nicotti


Redução da litigiosidade


Convidado para participar da abertura da primeira reunião do ano do Coleprecor, o ministro Barroso iniciou sua fala expressando satisfação em participar novamente do evento e destacando sua admiração pela Justiça do Trabalho, especialmente por seu papel fundamental em um país com grandes desigualdades.

O ministro abordou a resolução que permite a homologação judicial de acordos trabalhistas no momento da rescisão, desde que as partes estejam assistidas por advogados distintos. Essa medida busca reduzir a litigiosidade sem comprometer direitos: “É uma forma de preservar a competência da Justiça do Trabalho e enfrentar a indústria de judicialização”.

Barroso explicou que mais de 50% das reclamações trabalhistas envolvem a rescisão do contrato de trabalho e que a iniciativa visa garantir segurança jurídica e evitar a prática de não pagamento de obrigações por parte dos empregadores.

O ministro também apontou a preocupante epidemia de litigiosidade no Brasil, com mais de 80 milhões de processos em tramitação. Destacou que os principais focos dessa litigiosidade estão nas áreas tributária, previdenciária, saúde, trabalho e funcionalismo público. Ressaltou que medidas foram tomadas, como a redução de oito milhões de execuções fiscais e a unificação de laudos periciais no INSS para simplificar processos.
 

Cooperação institucional


A presidente do Coleprecor, desembargadora Adenir Carruesco, destacou, na abertura da reunião, a importância do fortalecimento dos laços institucionais e da cooperação entre os diversos órgãos da Justiça do Trabalho. Ressaltou a responsabilidade coletiva de manter a Justiça especializada alinhada às demandas da sociedade brasileira.

“Estamos convictos da importância do diálogo e da cooperação deste colégio com os demais órgãos”, afirmou a desembargadora, citando o STF, o TST, o CNJ, o CSJT, além das casas legislativas e do Poder Executivo.

Conforme a magistrada, essa atuação conjunta permite a troca de experiências, o aperfeiçoamento de práticas e a busca por soluções inovadoras para os desafios cotidianos da Justiça do Trabalho.

Adenir Carruesco enfatizou o compromisso com uma Justiça eficaz e socialmente justa, reconhecendo o trabalho como um elemento central na construção de uma sociedade mais igualitária.

“Nosso compromisso inegociável é com a cooperação institucional e o fortalecimento dos laços que nos unem”, pontuou.

Para encerrar, a desembargadora reforçou a necessidade de uma postura ativa e engajada para o contínuo aperfeiçoamento da Justiça do Trabalho no Brasil.
 

Participantes
 

A abertura da reunião do Coleprecor contou, também, com a presença dos secretários-gerais da Presidência, diretores-gerais, secretários-gerais judiciários e secretários das Corregedorias Regionais dos 24 Tribunais do Trabalho do país. 

35 pessoas em pé, lado a lado, posam para a foto. Os homens vestem terno, e as mulheres, vestuário diversificado. Ao fundo, um painel de MDF dourado e iluminado
Presidentes e Corregedores dos 24 TRTs posam para foto ao final do primeiro dia dos trabalhos

 

Texto: Coleprecor

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