Assinatura do termo, na sede do TRT-SC, contou com a presença da corregedora-geral da Justiça do Trabalho
Futebol, segurança do trabalho e aprendizagem: uma combinação que não parece tão óbvia, mas que faz muito sentido quando se lembra que atletas são, também, trabalhadores. Além disso, o espetáculo dos gramados depende da ação de muitas pessoas nos bastidores que contribuem para manter os clubes operando - e a bola rolando.
Foi esta visão que fez com que Avaí Futebol Clube e Figueirense Futebol Clube, duas equipes tradicionais da capital catarinense, aderissem aos programas Trabalho Seguro (PTS) e de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem (PCTIEA), em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC). O termo de adesão foi assinado nesta segunda-feira (18/3), na Presidência do TRT-SC, em Florianópolis.
O ato contou com a participação da ministra Dora Maria da Costa, do Tribunal Superior do Trabalho, que iniciou nesta segunda (18/3) a correição ordinária no TRT-SC. “A assinatura dos convênios com o Avaí e Figueirense é uma abertura de portas para que demais times brasileiros sigam o mesmo exemplo”, afirmou.
Assinaram os termos o presidente do TRT-SC, desembargador Amarildo Carlos de Lima; o gestor regional do PTS, desembargador Cesar Luiz Pasold Júnior; a gestora regional do PCTIEA, desembargadora Maria de Lourdes Leiria; o presidente do Avaí, Júlio Heerdt, e o diretor-executivo da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Figueirense, Enrico Ambrogini.
Também participaram do ato os desembargadores do TRT-SC Roberto Guglielmetto, integrante do Comitê Gestor Nacional do PTS, Wanderley Godoy Junior e Reinaldo Branco de Moraes, gestor regional do Programa de Enfrentamento ao Trabalho Escravo do TRT-SC; a gerente jurídica do Figueirense, Roberta Cardoso Faria, e os advogados Tullo Cavallazi Filho e Sandro Barreto, que representam o Avaí em diversas ações judiciais.
Formação de cidadãos
O presidente do Avaí relatou o processo de formação das categorias de base, que admite o ingresso de crianças a partir de nove anos nas suas atividades formativas e recreativas. A partir dos 14 anos, os jovens são autorizados a firmar vínculo com o time pelo prazo de um ano. Atualmente, o clube conta com cerca de 80 atletas de base.
Em todos os casos as crianças e jovens devem comprovar a frequência escolar e há um acompanhamento do rendimento nos estudos. “Temos uma preocupação de que sejam formados também cidadãos, não apenas atletas”, destacou Heerdt. A equipe agora dá mais um passo, ao iniciar os trabalhos de base para formação das futuras atletas do futebol feminino.
A gestora regional do PCTIEA ressaltou uma feliz coincidência em sua fala: “O Figueirense foi fundado em 12 de junho, data em que se comemora o Dia Internacional de Combate ao Trabalho Infantil. Fazer uma parceria com estes clubes centenários agrega muito aos programas”, afirmou a desembargadora Maria de Lourdes Leiria.
O estímulo à aprendizagem também se insere no cotidiano das equipes de futebol, como relatou a gerente jurídica do Figueirense. Roberta Faria expôs que o clube hoje oferece vagas em seus quadros administrativos, como financeiro e marketing, o que oportuniza aos jovens não apenas uma experiência profissional, como também formativa.
Preocupação estendida
O gestor regional do PTS enfatizou que a preocupação com os trabalhadores atletas - que fazem jus a uma série de direitos como a contratação de seguro de vida e de acidentes pessoais - estende-se à cadeia de prestadores de serviços existente em torno do futebol.
“As contratações para a prestação de serviços temporários e eventos promovidos pelos clubes, por exemplo, e que abrangem trabalhadores de diversos setores, também são objeto de atenção do Programa Trabalho Seguro”, explicou Pasold Júnior.
Texto: Camila Collato
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