Alunos de escolas públicas apresentam trabalhos sobre cidadania no TRT-SC

Iniciativa do Programa de Combate ao Trabalho Infantil, projeto Vozes da Justiça busca preparar jovens para a vida profissional e promover reflexões sobre o mundo do trabalho

17/11/2025 16h33, atualizada em 17/11/2025 17h32
GutVision

O Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem (PCTIEA) do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC) realizou, na segunda-feira (17/11), na Sala de Sessões do Pleno, o último encontro do projeto “Vozes da Justiça: Juntos contra o Trabalho Infantil”.

O objetivo do projeto é preparar jovens para a vida profissional e promover reflexões sobre o mundo do trabalho. A atividade desta segunda encerrou a primeira edição, reunindo cerca de 70 alunos do 9º ano e professores das escolas básicas Pedro II (Blumenau) e Nereu Ramos (Santo Amaro da Imperatriz). 
 

A programação consistiu nas apresentações finais dos 19 trabalhos desenvolvidos ao longo do projeto, seguido da entrega de prêmios, doados pela Receita Federal, aos mais votados por uma comissão. Foram vídeos, desenhos, artes gráficas (uma delas em guache) e uma história em quadrinhos.

Ao todo, sete trabalhos foram premiados com tablets (um para cada integrante do grupo), além das duas professoras que acompanharam mais de perto as turmas ao longo do projeto: Shellen Andrade, assistente técnica pedagógica da Escola Nereu Ramos, e Maria Luiza Dix, assessora pedagógica da Escola Dom Pedro II.

A comissão julgadora dos trabalhos foi composta pelo presidente do TRT-SC, desembargador Amarildo Carlos de Lima, pelo corregedor regional, Narbal Antônio de Mendonça Fileti, e pela diretora de Prerrogativas e Assuntos Jurídicos da Anamatra, juíza Patrícia Pereira de Sant’Anna. Também prestigiou o evento a gestora regional do PCTIEA, desembargadora Maria de Lourdes Leiria, que aproveitou para convidar os jovens a ingressarem no Programa de Aprendizagem do tribunal.


 

Estudante apresenta seu trabalho: uma pintura em tela mostrando duas crianças embaixo de um viaduto.
Pintura em tela de Luisa Bernardo, da Dom Pedro II, foi um dos trabalhos premiados 


 

Emoção à flor da pele


A apresentação de um dos projetos premiados impactou a todos, ao tratar de abuso sexual. A aluna expositora não conteve as lágrimas ao relatar que os casos apresentados haviam acontecido com pessoas próximas a ela - uma neta abusada pelo avô por anos e uma garota, embriagada, violentada por três colegas no banheiro da casa dela.

“Não devemos ter medo de falar sobre assunto nenhum, principalmente sobre abuso sexual, pois o silêncio pode trazer consequências mais graves, inclusive suicídio”, disse a estudante, como mensagem final. 

 

O projeto


O primeiro encontro foi realizado em 5 de agosto, em Blumenau. Desde então, as atividades aconteceram a cada duas semanas e abordaram direito do trabalho, trabalho infantil, protagonismo juvenil, aprendizagem, estágio, primeiro emprego, desafios do trabalho, profissões do futuro, empreendedorismo, diversidade, justiça social, assédio, bullying, desigualdades e direitos das pessoas com deficiência.

O projeto também incluiu uma visita guiada à Furb, onde os estudantes puderam aprender um pouco mais sobre as profissões, com direito a minicurso sobre uso de redes sociais.

Além da Justiça do Trabalho, estão envolvidos diretamente no projeto o Ministério Público do Trabalho (MPT-SC), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SC) e a Associação Nacional dos Magistrados da JT, por meio do Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC). 


 

Cerca de 100 pessoas em pé reunidas em um auditório em uma sala ampla sala de julgamento
Cerca de 70 estudantes participaram da atividade. Em primeiro plano, magistradas e magistrados do TRT-SC


 

Mudança de postura


As juízas Michelle Lopes Destri e Débora Koerich, gestoras auxiliares do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem na região de Blumenau, são as responsáveis pela condução da iniciativa, ministrando a maioria das aulas. Ambas estiveram presentes no evento desta segunda.

Para Michelle Destri, foi visível a mudança de perspectiva e de postura dos alunos à medida que o projeto evoluía. “Eles passaram a olhar com mais atenção para algumas questões, principalmente em relação ao mercado de trabalho. Logo depois da visita que fizemos à Furb, por exemplo, muitos já começaram a identificar qual profissão queriam seguir”, conta.

No tocante à postura, ela relata que, no início, o projeto não estava sendo encarado com muita seriedade por alguns adolescentes. “Mas à medida que as aulas foram acontecendo foi sendo observada uma mudança de comportamento, e eles passaram a participar e fazer perguntas muito pertinentes sobre os temas”, afirma a juíza.

 

Duas mulheres loiras bem vestidas olham para cima, provavelmente para um telão
Juízas Débora Koerich (e) e Michelle Destri acompanham uma das apresentações no telão do Pleno


 
Texto: Priscila Tavares e Clayton Wosgrau
Secretaria de Comunicação Social
Divisão de Redação, Criação e Assessoria de Imprensa 
(48) 3216-4000 - secom@trt12.jus.br 
 

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