Cerca de 250 pessoas participaram nesta quarta-feira (24) de uma audiência pública comandada pelo diretor do Foro Trabalhista de Rio do Sul, juiz Leonardo Fischer, sobre a reforma trabalhista. O encontro realizado na Sala Nobre da Unidavi reuniu representantes da Fiesc e de outras federações, associações, universidades, sindicatos patronais e laborais, além de lideranças políticas e jurídicas, trabalhadores, empresários e profissionais liberais. O objetivo foi debater o futuro da região e a importância dos sindicatos e da Justiça do Trabalho, conscientizando a comunidade sobre as mudanças previstas pela reforma.
“O mundo do trabalho está em constante mudança e precisa ser objeto de conversas. Sabemos que a maneira como o trabalho é exercido hoje vai mudar muito nos próximos anos. Estamos acostumados a pensar só no presente, mas temos que preparar as pessoas agora para encontrarmos um futuro melhor”, argumentou Fischer.
“A Reforma Trabalhista ajuda a estabelecer uma relação de trabalho mais simples e mais segura juridicamente. O contexto está sendo alcançado, mas as pessoas precisam entender melhor o que mudou, principalmente na área do Direito coletivo, que envolve os sindicatos”, acrescentou o magistrado.
As advogadas da Fiesc, Maria Antônia Amboni e Jomara Bessa, acompanharam as discussões. “A Fiesc entende que o diálogo é muito necessário para as relações de trabalho. Foi um avanço a modernização dessas relações, pois valorizou a negociação coletiva com a prevalência do negociado sobre o legislado. A lei trouxe vários pontos em que as partes podem negociar. Com isso ampliou o papel das entidades sindicais”, disse Maria Amboni. “Esse encontro foi importante por trazer diálogo e promover harmonia, principalmente por estarmos numa fase de transição, depois dessas mudanças na legislação trabalhista”, acrescentou Jomara.
O prefeito de Rio do Sul, José Thomé, fez um balanço sobre a situação econômica da região e ressaltou a necessidade dos dois lados estarem juntos para melhorar a geração de emprego e o desenvolvimento. “Precisamos de criatividade para o Alto Vale não ser engolido por outras regiões. Nosso povo sempre foi muito resiliente diante de adversidades. Agora precisamos nos unir para nos adequarmos à nova realidade”, enfatizou o prefeito.
O diretor da Fiesc e presidente do Sinfiatec (Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem, Confecção e do Vestuário do Alto Vale do Itajaí), Pedro Leal da Silva Neto, falou sobre a situação do setor têxtil na região, ressaltando a negociação coletiva, os problemas de infraestrutura da região, criticou o sistema tributário brasileiro e colocou como necessária a reforma trabalhista.
Ao final, os participantes fizeram comentários e questionamentos sobre temas como a flexibilização do horário do comércio, convenções coletivas e contribuição sindical, entre outros.
Texto e foto: Débora Claudio (Sinfiatec), com edição da Secom
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