Encontro também definiu nova composição do Conematra
Representantes de escolas judiciais de 22 TRTs do país estiveram reunidos em Florianópolis na quinta e sexta-feiras (26 e 27) para participar da 44ª Assembleia Geral Ordinária do Conselho Nacional das Escolas de Magistratura do Trabalho (Conematra). O evento é realizado, em geral, a cada três meses, e nesta edição reuniu 18 desembargadores, 19 juízes e 31 servidores, entre assessores e secretários de escolas judiciais.
A diretora da Escola Judicial do TRT-SC, desembargadora Viviane Colucci, fez a abertura do evento e deu as boas-vindas aos participantes. “É uma enorme satisfação para nós sediar este importante encontro que propicia, além do congraçamento entre diretores e assessores das Escolas de todos país, um intercâmbio imprescindível para o crescimento e o aprimoramento das Escola Judiciais, no momento em que estamos sendo desafiados a redesenhar um novo perfil de juiz em razão das demandas totalmente novas que são apresentadas ao Judiciário”, destacou.
A desembargadora também apresentou aos participantes o novo vice-diretor da Escola Judicial do TRT-SC, juiz Rodrigo Goldschmidt. “É um magistrado que tem uma vivência acadêmica brilhante. É uma grande satisfação tê-lo conosco”, assinalou. Fechando a abertura, o atual presidente do Conematra, desembargador Samuel Hugo Lima, do TRT da 15ª Região, falou da sua gestão, que está chegando ao fim, e reforçou a importância do evento. “Mais do que nunca, estamos percebendo a importância da formação do magistrado. O legislador, ao instituir as Escolas Judiciais pela Emenda Complementar 45/2004, o fez com a intenção de garantir ao cidadão que o seu processo seja julgado por um juiz atualizado, e não um juiz jurássico”, disse.
O desafio de ensinar a distância
A primeira palestra foi proferida pelo doutor em Ciência da Comunicação e professor aposentado da USP José Moran (foto), que falou sobre ensino a distância e as ferramentas disponíveis. Atualmente, o especialista trabalha com inovações na educação presencial e a distância e leciona cursos híbridos e online sobre a matéria.
Na opinião de Moran, a educação passa por um momento de profunda mudança, em que os métodos de ensino da escola tradicional passam por diversos questionamentos. “A informação já está ao alcance de todos. Para ensinar hoje, tem que ser a partir de desafios, de forma prática. Ensinar e aprender de forma ativa é o caminho”, constatou.
É nesse ponto, aliás, que ainda há muito o que avançar no ensino a distância no país. Segundo Moran, o EAD ainda está equivocado na medida em que privilegia um aprendizado estático e fechado. “A maioria dos cursos são feitos para desktop, e isso é um erro. Temos que sair do mundo estático para o mundo dinâmico, e a educação tem que estar disponível nas mais diversas plataformas”, alertou.
A solução, para ele, é uma educação híbrida, que mistura atividades analógicas e digitais. “A ordem hoje deve ser invertida. O básico deve ser ensinado virtualmente, aquilo que a pessoa pode muito bem ler num texto e entender sozinha. O que é avançado deve ser transmitido presencialmente, para permitir um aprofundamento, mas de forma prática e dinâmica”, disse.
Após a palestra, o professor conduziu uma oficina sobre boas práticas no ensino a distância.
Eleição e nova oficina
Na sexta-feira (27), segundo e último dia do encontro, os participantes tiveram programação diferenciada. Os magistrados participaram de uma assembleia geral do Conselho, em que trataram de diversos assuntos previamente inseridos em pauta. Em seguida, foi realizada uma nova eleição da Comissão Executiva do Conselho, na qual foram escolhidos o presidente, vice-presidente e diretores do Conematra. A desembargadora Viviane Colucci foi uma das indicadas e passa a integrar a nova diretoria.
Os servidores, por sua vez, participaram de uma oficina sobre a definição da estrutura mínima desejável para as escolas judiciais, incluindo os fundamentos para anteprojeto de lei de criação de cargos e funções.
A coordenação da atividade ficou a cargo do juiz do TRT da 4ª Região, Carlos Alberto Zogbi Lontra, ex-presidente do Conematra. Ao final da oficina, os participantes debateram a sistematização dos resultados e encaminhamentos e escolheram o tema da próxima oficina de assessores.
Na opinião da servidora Luciana Botelho, assessora da Escola, o encontro propiciou um momento de troca de ideias e trabalho em conjunto entre os participantes. “Aqui, todos ficaram no mesmo plano, assessores e juízes. A Escola é um ambiente acadêmico, de aprendizagem, onde os magistrados se despem da toga e se propõem a aprender”, observou.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social - TRT-SC
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