Mutirão da 5ª VT garante pagamento de meio milhão em dívidas a trabalhadores de Florianópolis

24/02/2017 14h25
Mutirão da 5a. VT de Florianópolis
Esforço de seis dias contou com a participação de três juízes e nove servidores, que se revezaram em até sete audiências simultâneas


A semana foi agitada no Centro de Conciliação do Fórum de Florianópolis: é que desde o dia 14, sempre pela manhã, o espaço passou a ser ocupado pela equipe da 5ª VT da Capital num mutirão que realizou 148 audiências e terminou nesta quinta (23). O esforço de seis dias (o Centro funciona de terça a quinta) envolveu nove servidores e os juízes Rosana Basilone, Zelaide Philippi e Válter Túlio (2ª VT), idealizador e coordenador do local.

     
Os números do mutirão
Audiências                             148
Processos solucionados        48%
Acordos                                  38%
Valor arrecadado:        R$ 584 mil
      
Desde que foi inaugurado, em junho do ano passado, o Centro já vinha oferecendo apoio sistemático à pauta das demais unidades do Fórum, realizando cerca de 40 tentativas de acordo por dia. Mas esta é a primeira vez que uma unidade “fechou o espaço” para uma pauta exclusiva.

“Conseguimos solucionar praticamente metade dos processos, com 38% de acordos”, comemorou a diretora da 5ª VT, Cleudes Martins, lembrando que o índice é historicamente mais difícil de ser atingido na Capital catarinense. “Recebemos muitos elogios e a experiência foi ótima. Sem o mutirão, algumas dessas audiências seriam realizadas apenas em julho”, ressaltou.
 

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É o caso do advogado Pedro Kuhnen, que admite ter sido surpreendido com o agendamento de sua audiência, cuja petição inicial foi apresentada em novembro do ano passado. “Achava que iria esperar um ano, um ano e meio”, contou, após ajudar sua cliente a fechar um acordo. “Acho que a conciliação é a melhor saída: poupa o tempo e alivia a carga de estresse de todos os envolvidos, inclusive de nós, advogados”, avalia.

A mudança na postura dos advogados também é destacada pela titular da 5ª VT, juíza Rosana Basilone, que não poupa elogios ao modelo desenvolvido pelo colega Válter Túlio, baseado em audiências simultâneas. “As partes têm mais tempo para conversar e se entender, e com isso o acordo sai naturalmente”, analisa. “A gente percebe que os próprios advogados já vêm mais dispostos ao entendimento. É um trabalho incrível”, diz, frisando que a ideia do mutirão da 5ª VT foi uma sugestão do coordenador do Centro.

A magistrada também atribui os bons resultados da primeira semana do mutirão à grande experiência dos servidores escalados para atuar como mediadores. “Eles conseguem antever o caminho que o processo vai tomar e ajudam a construir propostas equilibradas, sem prejuízo ao trabalhador e sem ônus excessivo para a empresa”, analisa.

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Texto e fotos: Fábio Borges
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