Participantes do 4º Módulo são divididos em grupos para palestras e oficina específicas

18/09/2014 17h00
Juízes no módulo 4 da Ejud 2014
Magistrados de primeiro grau participaram de atividade sobre gestão de metas


Palestras simultâneas, sobre assuntos diversos, para atender demandas específicas dos magistrados de cada grau de jurisdição. Assim foi iniciado o segundo dia de atividades do 4º Módulo de Estudos da Escola Judicial do TRT-SC, na manhã desta quinta-feira (18). O evento, que reúne juízes e desembargadores da Justiça do Trabalho catarinense para momentos de estudo e troca de ideias, está sendo realizado num hotel de Florianópolis e segue até esta sexta-feira (19).

Para os magistrados de primeira instância, o turno foi reservado para uma palestra sobre a Gestão Estratégica do Judiciário, seguida de uma oficina sobre aspectos institucionais que podem impactar na Gestão de Metas do Tribunal. Ao mesmo tempo, desembargadores e seus assessores assistiram a duas palestras: a primeira, sobre temas controvertidos no dissídio coletivo. A segunda, versando sobre uniformização de jurisprudência à luz da Lei 13.015, de julho deste ano, que alterou o processamento de recursos no âmbito da Justiça do Trabalho.

Planejamento participativo

O palestrante sobre gestão estratégica, para os magistrados de primeiro grau, foi o juiz federal Clenio Schulze (foto), do TRF da 4ª Região. Fazendo uma retrospectiva histórica dos fatos que marcaram a implantação do Planejamento Estratégico no Poder Judiciário em todo o país – a partir da criação do Conselho Nacional de Justiça, em 2004, e a instituição de metas, em 2009 -, Schulze destacou a evolução desse processo, que vem feito de maneira mais democrática e participativa.

Clenio Schulze, juiz federal do TRF 4ª Região
Clenio Schulze, juiz federal do TRF 4ª Região

“Se num primeiro momento as metas foram determinadas de forma autocrática, de cima para baixo, agora elas têm sido definidas de forma totalmente diferente, com a participação efetiva de magistrados, ministros, servidores e entidades de classe”, afirmou o palestrante. Ele mencionou a Rede de Governança Colaborativa - criada para ampliar a participação dos tribunais na elaboração do novo Plano Estratégico do Judiciário, que será válido no período de 2015 a 2020 - e a consolidação dos encontros anuais do Poder Judiciário, nos quais são discutidas as diretrizes a serem seguidas na elaboração das novas metas.

“É muito importante que a gestão estratégica seja debatida por todos os envolvidos, pois isto amplia a transparência e permite a democratização. Todos somos responsáveis pelo nosso Judiciário, e não só podemos, como devemos, contribuir e auxiliar na elaboração das suas diretrizes”, assinalou o juiz federal. “Temos que refletir sobre qual Judiciário e estilo de trabalho que queremos. Participar do planejamento estratégico é uma forma que temos de interferir em como será o nosso cotidiano e preservar a nossa qualidade de vida”, concluiu.

Em seguida à palestra, os magistrados tiveram uma conversa com o juiz Alexandre Ramos, gestor regional de metas, com o diretor da 1ª VT de São José, Luiz Carlos Zucco, e com servidores da Secretaria de Planejamento e Gestão, todos participantes do Projeto de Gestão da Estatística e de Metas, que está sendo desenvolvido no Tribunal.

Esta foi a entrada para a seguinte, uma oficina em que os juízes, individualmente, indicaram os pontos fortes e fracos da unidade em que atuam, que consideram possível de influenciar no cumprimento das metas pelo Tribunal. Na segunda etapa, divididos em grupos, os magistrados elencaram os pontos fortes e fracos que a maioria assinalou e propuseram uma ação para desenvolver cada um deles. O documento, produzido coletivamente, será utilizado no Planejamento Estratégico 2015-2020 do próprio TRT-SC, que está em fase de elaboração.

Módulo para o 2º grau

Para os magistrados de 2º grau, a programação da manhã foi diferente, com duas palestras. Participaram delas desembargadores e servidores de gabinetes. O juiz Roberto Basilone Leite abriu a primeira elogiando a iniciativa de se fazer a breve divisão dos participantes. Segundo o magistrado, ao mesmo tempo em que o evento promove a integração entre todos, também promove discussões com foco em questões mais pertinentes a cada grupo.

Ronaldo Lima dos Santos, procurador regional do trabalho (PRT-SP)
Ronaldo Lima dos Santos, procurador regional do trabalho (PRT-SP)

O procurador do trabalho Ronaldo Lima dos Santos (foto), de São Paulo, tratou de temas controvertidos com relação aos dissídios coletivos. Uma das abordagens foi sobre as alterações que virão com o novo Código de Processo Civil (CPC). Segundo ele, o magistrado ganhará mais poderes, inclusive para determinar a conversão de uma ação individual em coletiva. A preocupação é com as ações repetitivas, que dizem respeito ao meio ambiente de trabalho. “Às vezes a empresa se torna um vírus, um delinquente patronal, porque está se apropriando do Judiciário em causa própria”, disse o palestrante, comemorando a nova norma.

Depois de um breve intervalo foi a vez de se falar sobre a Lei 13.015/2014, que altera a CLT sobre o processamento de recursos no âmbito da Justiça do Trabalho. O assunto foi tratado pelo advogado Manoel Antonio Teixeira Filho, juiz do trabalho aposentado e doutrinador (foto). A desembargadora Gisele Pereira Alexandrino fez a abertura enaltecendo a presença do jurista, pela importância de suas obras na condução do trabalho dos magistrados.

Manoel Antonio Teixeira Filho, juiz aposentado do TRT-PR e advogado
Manoel Antonio Teixeira Filho, juiz aposentado do TRT-PR e advogado

A atenção principal da palestra foi para a questão da uniformização da jurisprudência, a alteração mais significativa. “Hoje, para que seja admitido um recurso de revista ao TST, basta que existam decisões divergentes entre turmas de TRTs diferentes. Agora, o recurso só seguirá para o TST se Regionais distintos editarem súmulas contrárias entre si, cabendo ao TST decidir por uma das teses", esclareceu. Apesar de entrar em vigor nesta sexta-feira (19), a Lei ainda está em fase de regulamentação pelo TST.

A programação segue pela tarde desta quinta-feira, em um novo módulo conjunto do 1º e do 2º graus, com palestra da professora Norma Sueli Padilha sobre ações coletivas.
 

 

 


Fonte: Assessoria de Comunicação Social - TRT-SC
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