Evento realizado no TRT-SC reuniu aprendizes da instituição e jovens atendidos por projetos sociais
O Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC) realizou, nesta sexta-feira (23/8), a abertura oficial da Semana da Aprendizagem na sede da instituição, em Florianópolis. Promovido por meio do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem (PCTIEA), o evento teve o objetivo de prestigiar os jovens aprendizes na semana destinada à conscientização da sociedade a respeito da importância do tema e, também, apresentar o Programa de Aprendizagem instituído no tribunal, com destaque à expansão de vagas ocorrida em 2024.
Com promoção do Tribunal Superior do Trabalho, a Semana da Aprendizagem acontece de 26 a 30 de agosto em diversos TRTs pelo país.
Ao todo, quase 150 jovens lotaram a sala de sessões do Tribunal Pleno, oriundos do projeto social Centro Cultural Escrava Anastácia (CCEA) e do Centro de Integração Empresa e Escola (CIEE), entidade qualificadora de aprendizes. Os 12 aprendizes que atuam na sede do tribunal também participaram presencialmente, enquanto os outros 30, que trabalham nas unidades do interior, acompanharam a transmissão pelo canal do TRT-SC no YouTube.
O presidente do TRT-SC, desembargador Amarildo Carlos de Lima, abriu a solenidade saudando os presentes e dirigindo-se especialmente aos jovens aprendizes, afirmando que o programa é muito valioso para a instituição. “Todos nós tivemos uma oportunidade e aproveitamos. Agora, estamos dando a esses jovens a mesma chance, e lembrando que somos eternamente aprendizes”, ressaltou o presidente, ao reforçar o compromisso com a formação e inclusão dos jovens no mercado de trabalho.
A gestora regional do PCTIEA, desembargadora Maria de Lourdes Leiria, salientou o crescimento do programa no TRT-SC. “Começamos com 10 aprendizes e hoje temos 42, resultado do empenho e comprometimento dos gestores em firmar parcerias e conscientizar sobre a importância do programa", afirmou. Ela agradeceu ainda ao presidente pela visão social e enfatizou que o TRT-SC se tornou uma referência no estado, com ao menos um aprendiz em cada jurisdição, além de supervisores capacitados que acompanham estes jovens em seu desenvolvimento profissional.

Duas novas parcerias foram firmadas durante o evento para o fortalecimento da aprendizagem. A primeira foi com a Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Santa Catarina (OAB/SC), por meio da assinatura do termo de adesão ao programa. Assinaram o documento os desembargadores Amarildo Carlos de Lima e Lourdes Leiria, a juíza do trabalho Patrícia Pereira de Sant’anna, também gestora regional do PCTIEA, e o conselheiro da OAB-SC Ricardo Corrêa Júnior, responsável pela Comissão de Relacionamento Institucional com a Justiça do Trabalho.
Em seguida, foi celebrado o termo de adesão da OAB-SC e da Amatra-12 ao Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (PTJC), vinculado à Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). O ato de formalização contou com as assinaturas do presidente da Amatra-12, juiz do trabalho Elton Antônio Salles Filho; da coordenadora regional do PTJC, juíza do TRT-SC Michelle Destri; e dos representantes da OAB/SC Alessandra Marcon Carioni, Tobias Klein e Felipe Falcão.
Direitos que asseguram dignidadeA desembargadora do TRT-8 (PA/AP) Maria Zuíla Lima Dutra foi uma das palestrantes convidadas, juntamente com Rayssa Dias Lima, representante do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Maria Zuíla abordou o tema “Aprendizagem como caminho seguro para ingresso no mercado de trabalho”. A desembargadora reforçou a importância da aprendizagem como caminho seguro para o ingresso no mercado de trabalho e para o combate do trabalho infantil. Ela frisou sua responsabilidade na causa ao citar a sua própria história, permeada pelo trabalho infantil. “Quando eu me entendi por gente, já foi trabalhando para sobreviver”, lembrou.

A magistrada apresentou ainda as experiências colhidas a partir das ações tomadas pelo TRT-8, tais como campanhas direcionadas à conscientização em escolas públicas de periferias da região da Grande Belém, a promoção de eventos como a Marcha de Belém Contra o Trabalho Infantil e iniciativas como cursos culturais e profissionalizantes. Arrematou declarando aos aprendizes na plateia: “com o coração aberto, exercitem o direito de sonhar!”.
Rayssa Lima, de apenas 16 anos, falou sobre os direitos dos adolescentes e jovens. No início de sua fala, sintetizou algumas das principais dúvidas que surgem quando do início da vida profissional. “Às vezes nós mesmos não entendemos nossos direitos, a gente vê um colega passando por uma situação parecida e pensa: pra onde vou? O quê posso fazer?”. A partir daí, centrou sua palestra nos direitos garantidos aos jovens com base na Constituição, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Estatuto da Juventude.

Após as palestras, a aprendiz da Escola Judicial (Ejud-12), Gabriela Fontanela, e a estagiária da VT de Palhoça e ex-aprendiz do TRT-SC, Thaís Sousa Alves, participaram de uma roda de conversa, conduzida pela juíza Patrícia de Sant´Anna, em que partilharam suas experiências com os colegas.
Gabriela contou como foi o seu processo de integração ao programa do tribunal. Tudo começou durante o primeiro módulo de formação da Escola Judicial do TRT-SC (Ejud-12), promovido em abril deste ano. Ela era uma das coralistas do Coral de Adolescentes da Marista Escola Social Lucia Mayvorne, que se apresentou durante o evento. Aproveitando uma oportunidade de fala no dia, Gabriela perguntou como seria possível se tornar aprendiz na instituição.
O desfecho do desejo expressado por Gabriela neste dia não poderia ter sido outro: com a ampliação de vagas de aprendizagem e, após muita insistência por parte da interessada, ela conquistou o posto e hoje está na Ejud-12.
Thaís ressaltou a importância da experiência como aprendiz na definição da sua vocação profissional, o direito. “Quando a gente sai da escola, a gente não sabe muito bem o que quer fazer. Se eu tivesse ido diretamente para um emprego formal, talvez eu não tivesse tido tanta chance de escolher com calma. A aprendizagem te dá a possibilidade de aprender sem tanta pressão e sem ser vista apenas como mão de obra”, afirmou.

Com o apoio da ONG Mais União, de Florianópolis, uma batalha de rimas fechou o evento, unindo música, cultura e conhecimento. Sob condução da mestre de cerimônia (MC) Amoris, os MCs Phada, Kindle, Luh Reis, Taka, Yóri e Brizazn animaram o público com muito conhecimento e hip hop, ao som do DJ Vass. As rimas tiveram como base palavras escritas pelos aprendizes da plateia que refletiram os temas abordados ao longo do evento.
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Texto: Camila Collato, Gabriel Elias (estagiário) e Andréa Gonçalves (estagiária)
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