Declaração Universal dos Direitos Humanos comemora 60 anos

10/12/2008 15h30

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi assinada há 60 anos, durante a 3ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, num mundo que ainda trazia as marcas da destruição e das violações a direitos humanos perpetradas durante a Segunda Guerra Mundial. Passaram-se os anos, ela acabou servindo de base para a legislação internacional sobre direitos e liberdades fundamentais.

Elaborada por representantes de diferentes regiões e tradições jurídicas, a comissão que redigiu a Declaração Universal teve entre os seus membros o escritor e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde, morto há 15 anos.

A seguir, leia comentário da escritora Adélia Prado sobre o artigo 1º da Declaração, extraído do Manual de Direitos Humanos no Cotidiano, obra publicada em 2001 pelo Ministério da Justiça, em parceria com a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos de São Paulo, Unesco e Universidade de São Paulo.

Artigo 1º: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
 

"Toda e qualquer lei só contribui efetivamente para a melhora da humanidade  quando está escrita no coração. Apenas saber que todos nascemos livres e iguais, como ensina o primeiro artigo da bela Declaração dos Direitos Humanos, ainda é pouco.

É preciso viver esta igualdade dia por dia, começando de nossos relacionamentos familiares e domésticos. E é muito difícil conceder igualdade ao diferente de nós em raça, classe social, inteligência, temperamento, gostos e crenças. É muito difícil conceder a alguém um julgamento justo quando já o julgamos em nosso íntimo, acreditar que o meu empregado e o meu filho têm os mesmos sonhos, desejos, a mesma sensibilidade, medos e aspirações.

Que analfabeto e letrado, pobre e rico necessitam de amor, teto, comida, saúde e atenção. Reconhecer direitos iguais entre pessoas e nações é fazer a minha parte para que a paz e a alegria aconteçam no mundo. Nascemos iguais, vivamos como iguais, para a única vitória que interessa, a vitória do amor entre os homens."

Adélia Prado

Leia a Declaração na íntegra

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