Advogados de três gerações marcaram presença no curso sobre o Processo Virtual (Provi), ministrado pelos servidores da Justiça do Trabalho catarinense, neste final de semana, em Joinville. Promovido pela Associação Catarinense dos Advogados Trabalhistas (Acat), e com o apoio da OAB/SC e do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC), o evento serviu para orientar os profissionais do Direito sobre a chegada do processo eletrônico na região, já que a partir de 1º de outubro novas ações trabalhistas na jurisdição deverão ser propostas e tramitar pela internet.
A novidade não assusta Silvio Emerim, 68 anos, 25 deles dedicados à advocacia. "Essa mudança é irreversível, temos que acompanhar senão ficamos para trás", sentencia. Ele diz que sempre esteve atento às inovações tecnológicas, e que há dois anos seu escritório utiliza intensamente o Sistema de Transmissão de Dados Imagens (STDI), do TRT-SC, para envio de petições pela internet nos processos físicos.
Emerim conta que geralmente é a filha, com quem divide o escritório, que acaba utilizando o sistema. "Mas esses dias ela foi viajar e tive que me virar", revela. "A mim não, mas sei que essa mudança vai assustar muita gente", diz o advogado. Ele ficou até o final da última palestra, e já decidiu: vai comprar um scanner de última geração. "Mas quem vai escolher é minha filha, a sócia mais jovem", brinca.
Se a tecnologia não chega a ser um problema para os profissionais com mais idade, para os mais jovens ela é solução. Angelita Merlo, 31 anos, trabalha no escritório considerado um dos pioneiros na utilização da informática na cidade. "Com o peticionamento eletrônico nos processos físicos, já temos um ganho enorme de tempo. Agora, com o processo totalmente eletrônico, isso vai ser ainda mais intenso", diz a advogada, que tem conta no Twitter e no Facebook.
Ela revela apenas uma preocupação: a limitação no envio dos arquivos, de quatro megabytes, o que corresponde a 100 páginas no formato PDF, em preto e branco, na resolução de 200 dpi. "Isso é ruim principalmente para os advogados das empresas, já que o ônus de juntar a maior parte da documentação, no início do processo, é sempre do reclamado", explica. Ao ser informada sobre a possibilidade do peticionamento assistido, a advogada se tranquiliza. "Assim fica bem melhor".
Necessidade profissional
O curso sobre processo eletrônico também foi foco de atenção do futuro da advocacia. Para a estudante do segundo ano de Direito Maria Eunice da Silva, o cidadão comum é quem mais será beneficiado pela novidade. "A pessoa vai poder saber exatamente o que está acontecendo com o seu processo sem precisar perguntar para ninguém, isso é muito bom", elogia.
Maria Eunice não possui o perfil típico de uma estudante universitária. Aos 47 anos, ela é fiscal de tributos do Município de Joinville desde 1994 e resolveu encarar uma nova graduação por necessidade profissional. "Trabalhamos muito com direito tributário e precisamos conhecer a jurisprudência sobre o assunto", explica. Não tem conta no Facebook ou Twitter porque acha que essas ferramentas expõem demais a vida particular. "Mas se for preciso para o meu trabalho, não tem problema. A tecnologia não me assusta", garante. Então, que o Provi seja bem vindo!
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Perguntas e respostas sobre o Provi
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21.09.2011 - Curso ensina na prática como trabalhar com o processo eletrônico
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do TRT/SC
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