NO TOPO DA JUSTIÇA: Ministro catarinense no STF

28/11/2012 18h27

Indicado pela presidente Dilma Rousseff e conhecido pelo perfil discreto e técnico, Teori Zavascki toma posse amanhã em Brasília

Prestes a tomar posse no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki acredita que só poderá julgar os recursos do processo do mensalão, no próximo ano.

Promete decisões independentes, “sem distinção entre vontade popular e vontade da lei”, marcas que pretende imprimir na atuação que começa às 16h de amanhã.

– Se fôssemos levar em conta a vontade popular, teríamos de ter implantado a pena de morte no Brasil há muito tempo – exemplificou ele.

Cercado por uma dúzia de microfones, Teori concedeu uma concorrida coletiva na manhã de ontem, em Brasília. Usou as dependências do Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde atuou nos últimos nove anos. Em 40 minutos de conversa, reforçou o perfil discreto, técnico e seguro, predicados que o fizeram ser o escolhido pela presidente Dilma Rousseff.

O catarinense de 64 anos, natural de Faxinal dos Guedes, que construiu a carreira jurídica no Rio Grande do Sul, respondeu às perguntas sem elevar o tom de voz e driblou polêmicas. Pediu licença para não comentar as decisões dos novos colegas no julgamento do mensalão. E ainda indicou que considera “nula” a chance de participar da definição das penas dos condenados.

No mesmo dia, na varanda da casa de imbuia construída há mais de 30 anos, em Faxinal dos Guedes, no Oeste catarinense, a irmã Delci Zavascki Salvatori, e a mãe, Pia Zavascki, recebiam o Diário Catarinense para contar sobre o mais novo membro do STF.

Duas vezes por ano ele vai à cidade. Uma delas é em maio, quando a mãe, que está com 97 anos, faz aniversário. Ela lembrou que, quando era pequeno, Teori brincava de fazer armadilhas para pegar passarinhos e se descia ladeiras se equilibrando em cima de tonéis. Mas o futuro ministro tinha uma atenção especial para os estudos.

– Ele decorava uma vez e não esquecia mais – disse a mãe.

Mãe e filha pegam avião hoje ao meio-dia em Chapecó, com destino a Brasília, para acompanhar a posse no Supremo Tribunal Federal. Emocionada, Delci lembra que nos julgamentos do mensalão já prestava atenção na cadeira vazia.

– Essa é a cadeira do Teori – falava Delci, com orgulho do irmão ilustre.

 

Fonte: Diário Catarinense

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