Período analisado é o primeiro semestre deste ano, quando foram solucionadas 31.137 ações, cerca de mil a mais do que o número de casos novos distribuídos. Do total, 45% foram resolvidos por acordo.
As Varas do Trabalho estão atuando de forma telepresencial desde março de 2020, mas isso não impediu que solucionassem mais processos em relação à quantidade de distribuídos no primeiro semestre deste ano. Foram 31.137 ações julgadas por acordo ou sentença, ante 30.143 casos novos. Quanto ao segundo grau, faltaram apenas 392 processos para que o volume de pendentes também fosse reduzido.
Do total de solucionados, 45% foram por acordo e o restante, por sentença. Das 60 varas, 31 conseguiram reduzir o saldo de pendentes de julgamento, atualmente em 34.185 processos. A que mais julgou foi a de Videira (1.215), mas a avalanche de casos novos na unidade (1.275) impediu a diminuição de seu acervo.
Audiência otimizada
Entre as varas que conseguiram reduzir o estoque, a 5ª de Joinville foi a que mais julgou: foram 923 processos, quase 40% a mais do que os 660 distribuídos. Atuam na unidade os juízes Ozéas Castro (titular) e Dilson Amaral Mattar.
O juiz titular atribui o bom desempenho, principalmente, a duas iniciativas. Uma delas é a otimização das audiências de instrução, que são marcadas apenas quando a prova só pode ser colhida com os depoimentos das testemunhas. “Procuro antecipar a coleta de provas que não dependam da audiência. Na maioria dos casos, os advogados se convencem de que tenho elementos suficientes para julgar e acabam dispensando a sua realização”, afirma o magistrado, ressaltando que nunca teve uma sentença anulada em razão disso.
Outro fator apontado é o foco na conciliação. A unidade tem um servidor-conciliador, Éderson de Souza, que busca aproximar as partes assim que o processo é distribuído, além de auxiliar o magistrado nas tentativas de conciliação. “Em razão desse trabalho prévio, quando chamamos as partes para a pauta o acordo está praticamente alinhavado”, afirma o juiz Ozéas, cuja formação em conciliação o credenciou a coordenar nesse ano o Centro de Conciliação (Cejusc) do Foro de Joinville.
No primeiro semestre, o índice de conciliação da 5ª VT foi de 32,4%, ou seja, de cada três processos solucionados, um foi por acordo - índice que o magistrado considera alto para varas de intensa movimentação processual, como as de Joinville.
Esforço coletivo
A Vara do Trabalho de Joaçaba solucionou apenas sete processos a menos do que a 5ª VT de Joinville: foram 915, 20% além dos 760 distribuídos. Atuam na unidade os juízes Rogério Dias Barbosa, titular, Lisiane Vieira e, desde 10 de maio, Lilian Ponssoni.
Rogério Barbosa credita o bom desempenho ao aumento do número de processos pautados por ele e a juíza Lisiane desde janeiro, além de ter destacado um servidor para auxiliar nas conciliações. A iniciativa funcionou, e o índice de conciliação subiu de 33% em 2020 para 56% neste primeiro semestre do ano. “Embora o servidor não esteja mais conosco, ganhamos o reforço da colega Lilian, o que aumentou ainda mais o número de processos solucionados”, afirma o magistrado.
Mais importante que o incremento da pauta, segundo Barbosa, é o esforço coletivo de juízes e servidores em melhorar cada vez mais a prestação dos serviços prestados pela Vara. Ele acrescenta que uma das iniciativas adotadas para conseguir essa “união de propósitos” foi a realização de reuniões mensais com a equipe, por videoconferência, a fim de “detectar eventuais problemas e mostrar a importância do papel de cada um para que o objetivo fosse alcançado”.
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Texto: Clayton Wosgrau / Arte: Simone Dalcin
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