Justiça do Trabalho inaugura sede própria em Rio do Sul, uma das mais antigas do Estado, com quase dobro de espaço em relação a imóvel anterior
O resgate de uma dívida com o município. Foi dessa forma que o presidente do TRT-SC, Edson Mendes de Oliveira, qualificou a instalação da sede própria do Foro Trabalhista de Rio do Sul, em solenidade realizada no início da noite de sexta-feira (20). O novo Fórum, mais moderno e com quase dois mil metros quadrados de área construída (o dobro em relação ao imóvel anterior), conta com duas varas que já tinham recebido, até setembro, quase 2,5 mil ações trabalhistas.
O presidente lembrou que, embora a jurisdição tenha sido criada há mais de 40 anos, “mais antiga do que o próprio Tribunal”, ainda não havia recebido uma sede à altura de sua importância. “O foro sempre dependeu de imóveis improvisados, com área acanhada e dificuldades de estacionamento para os jurisdicionados. Isso agora ficou para trás. Estamos aqui para resgatar essa dívida”, disse Edson Mendes, em seu discurso.
O diretor do Foro, juiz Roberto Masami Nakajo, fez um breve histórico do caminho percorrido pelo TRT-SC até esse resgate. Lembrou que as primeiras tratativas começaram em 2008, com o ex-presidente Marcus Pina Mugnaini (falecido no mesmo ano) e a então diretora do Foro, juíza Maria Aparecida Jerônimo. Ambos conseguiram sensibilizar o prefeito à época e atual secretário estadual da Defesa Civil, Milton Hobus, para doar o terreno.
A enchente de 2011, uma das maiores da história do município, obrigou o projeto a ser repensado. “Verificou-se, pela planta original, que uma nova catástrofe climática faria com que as águas pudessem invadir a edificação”, contou Nakajo. Novamente, a Administração do Tribunal se mobilizou.
Em 2013, a presidente à época, desembargadora Gisele Pereira Alexandrino, e a então diretora do Foro, juíza Ilma Vinha, articularam junto ao prefeito Garibaldi Antonio Ayroso (reeleito até 2016) a doação da área situada aos fundos do projeto original. Além de garantir um estacionamento com mais de 50 vagas, a ampliação do terreno permitiu que o pavimento térreo fosse erguido a três metros do solo, acima da cota de enchente da localidade. Tanto Hobus quanto Ayroso estiveram presentes à solenidade.
“A população de Rio do Sul merecia esse prédio. Uma edificação sem luxo, mas digna o suficiente para garantir o conforto de todos durante a labuta diária nos processos sujeitos à nossa competência”, afirmou Nakajo. Para o prefeito, esse é o primeiro passo de um projeto maior. “Nosso objetivo é congregar os vários segmentos da Justiça num único espaço”, disse Ayroso, referindo-se à construção das varas cíveis, em andamento no terreno ao lado do Fórum Trabalhista.
Convidado a falar em nome da Seccional da OAB-SC, o advogado Antônio Naschenweng Neto, eleito recentemente para comandar a subseção pelos próximos três anos, enfatizou o “franco diálogo e a cordialidade” existente entre advogados e juízes da jurisdição. Como exemplo, citou as vagas privativas de estacionamento do Fórum aos procuradores e a parceria realizada entre a subseção e o Tribunal na capacitação do Processo Judicial Eletrônico (PJe-JT) - aliás, outra novidade na jurisdição.
Silêncio e boa localização
Com o novo Fórum, a Justiça do Trabalho catarinense pretende dar um salto de qualidade no atendimento da jurisdição. Composta por 28 municípios, sua sede, Rio do Sul, é o 14º polo de empregos do estado, com 24,5 mil postos formais (mais de um terço da população), conforme dados do relatório Santa Catarina em Números, produzido pelo Governo Estadual em parceria com o Sebrae (dados de 2011). De acordo com o documento, o município ocupa o mesmo lugar no ranking em número de empresas instaladas no estado, com 4,3 mil.
Se depender da motivação dos servidores do Fórum, isso já está garantido. Durante a cerimônia, era visível a satisfação da equipe com as novas instalações. “O que mais me chamou a atenção foi o espaço amplo para se trabalhar e a localização, pois a região é bem silenciosa”, elogia a servidora Albertina Costa Torinelli, que tem 32 anos de casa e atua no Núcleo de Apoio à Gestão do Foro e Central de Mandados - a antiga Distribuição.
Embora o novo Fórum também esteja situado numa das avenidas mais movimentadas da cidade, a XV de Novembro, a distância de aproximadamente 50 metros que separa a rua da porta de entrada dissipa o som do trânsito. A sensação de calmaria é compartilhada por Marli Neves de Oliveira, colega de Albertina no Núcleo. “Na sede anterior, quando chegava o fim da tarde, muitas vezes a gente nem conseguia atender direito o telefone de tanto barulho na rua”, recorda.
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