OAB/SC promove evento sobre enfrentamento da violência doméstica

Desembargadora Quézia Gonzalez representou a Presidência do TRT-SC na atividade, que contou com falas de mulheres com representatividade nos três poderes

03/07/2024 16h24, atualizada em 03/07/2024 18h50
Divulgação: Assessoria de Comunicação da OAB/SC

Na noite desta terça-feira (02/7), a Ordem catarinense realizou um evento sobre a representatividade das mulheres nos três poderes, com o tema "Desafios e Avanços e o Enfrentamento à Violência Doméstica". O evento, realizado no auditório da Seccional, contou com a presença de diversas autoridades e lideranças do Estado.

A presidente da OAB/SC, Cláudia Prudêncio, conduziu e mediou o encontro, que teve palestras da vice-governadora de Santa Catarina, Marilisa Boehm, representando o Poder Executivo; da desembargadora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Hildemar Meneguzzi de Carvalho, representando o Poder Judiciário; e da ex-deputada estadual Ada de Luca, representando o Poder Legislativo. O TRT-SC foi representado pela sua vice-presidente, desembargadora Quézia de Araújo Duarte Nieves Gonzalez, e por sua ouvidora, Mirna Uliano Bertoldi. 

Três mulheres vestidas em trajes formais posam para a foto, sorridentes. Elas estão em um auditorio
Quézia Gonzalez, Cláudia Prudêncio e Mirna Bertoldi

O evento buscou entender e combater o grave problema social da violência doméstica que afeta muitas mulheres em Santa Catarina. A discussão sobre esses temas permitiu a apresentação de dados atualizados, revelando tanto os progressos quanto os obstáculos ainda existentes na luta contra a violência doméstica. Iniciativas e políticas públicas têm sido implementadas no estado para proteger as vítimas e punir os agressores, mas os desafios permanecem.

"O meu propósito é deixar um legado, um legado de gestão, um legado para que tantas outras mulheres tenham orgulho de uma mulher à frente da nossa instituição. Nós precisamos nos orgulhar umas das outras, apoiar umas às outras. E este é o grande propósito, propósito de mulheres em cargos de gestão. Nós mulheres precisamos sair do discurso, precisamos ajudar tantas outras mulheres. Eventos como este, que reúnem mulheres e com um tema tão sensível, como a violência doméstica, são cruciais para compartilhar informações, promover a troca de experiências e fortalecer a rede de apoio às mulheres. A violência doméstica é uma realidade que, infelizmente, ainda atinge muitas mulheres em nosso estado", salientou a presidente da OAB/SC, Cláudia Prudêncio.

“Quando eu era delegada, recebemos uma denúncia de que um senhor estaria aliciando cinco crianças menores de idade. Ele as abordava no terminal rodoviário. Eram crianças muito pobres e ele as atraía com sanduíches, balinhas, docinhos e estava molestando sexualmente essas crianças. Iniciamos uma investigação. Lembro até que minha mãe tinha umas perucas em casa e as emprestou para que pudéssemos nos disfarçar no terminal de ônibus e identificá-lo. Fomos então ao centro da cidade atrás desse cidadão. Conseguimos fazer uma campana e segui-lo", disse a vice-governadora do Estado de Santa Catarina, Marilisa Boehm.

“O índice este ano começou com 4,6% e já passou para 6,3% de mulheres mortas por mês em Santa Catarina. Isso é muito triste. Eu não gosto de falar de violência. Incito as pessoas a trabalharem preventivamente, porque nossos programas devem focar na prevenção, não nas consequências", comentou a desembargadora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Hildemar Meneguzzi de Carvalho.

“O processo de enfrentamento à violência de gênero está em vigor desde abril do ano passado, com uma lei que garante o funcionamento 24 horas das delegacias, que não devem nunca fechar. Isso é algo que precisa ser urgentemente resolvido,” salientou a ex-deputada estadual, Ada de Luca.

Diálogo essencial

"É com grande honra que nos reunimos hoje, na presença das representantes dos três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, e da nossa presidente da OAB, para um diálogo essencial sobre a representatividade das mulheres nesses três poderes, os desafios e avanços, e o enfrentamento à violência doméstica. A subrepresentação das mulheres em cargos de liderança continua sendo uma realidade significativa. É muito difícil romper o teto de vidro e alcançar posições de liderança. Por isso, estamos aqui com essas pessoas tão gabaritadas, que conseguiram conquistar altos cargos e romper esse teto de vidro. Este evento nos oferece a oportunidade única de ouvir as experiências dessas mulheres inspiradoras" disse a presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica e do Direito da Vítima da OAB/SC, Denise Almeida Marcon.

“Eu digo a vocês que a violência não tem grau de instrução, não tem classe social. Sempre que venho à tribuna, fico emocionada, porque há pouco tempo uma colega advogada teve a vida ceifada. Lembramos desse momento com muita dor no coração e reforçamos a necessidade de nos unirmos, fazermos mais. Nossa Caixa de Assistência, o sistema como um todo, busca trazer cada vez mais benefícios e ter um olhar acolhedor, um olhar que faz a diferença na vida da mulher advogada,” comentou a vice-presidente da CAASC, Herta de Souza.

 

Texto: Assessoria de Comunicação Social da OAB-SC, com informações da Secom/TRT-SC


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